quinta-feira, 26 de outubro de 2017

«Intervencionismo na Venezuela mais à vista com Prémio Sakharov»

Na apresentação da decisão, Antonio Tajani, presidente do PE, não foi original, afirmando que «a ditadura de Maduro roubou os cidadãos venezuelanos dos seus direitos fundamentais, tornando-se numa espiral de crises: económica, social, institucional e humanitária».

Tajani, figura conhecida pela hostilidade para com a Revolução Bolivariana, referia-se a um país que, desde o processo de transformação social, tem uma das mais elevadas taxas de escolarização e de educação universitária, e é um dos que mais investem em políticas sociais, nomeadamente ao nível da Saúde e da Habitação (1,8 milhões de casas foram entregues a famílias no âmbito do programa Gran Misión Vivienda).

Ao solicitar a abertura de corredores humanitários «para levar ajuda à população» e apelar a um processo de «transição democrática na Venezuela», o discurso de Tajani sobre a atribuição do Prémio Sakharov 2017 à chamada «oposição democrática venezuelana» fez lembrar os de outras figuras políticas, do espectro europeu e americano, que abertamente se imiscuem nos assuntos da Venezuela e obviam o facto de neste país se terem realizado 22 actos eleitorais nos últimos 18 anos, sendo que os mais recentes – eleição da Assembleia Nacional Constituinte e dos governadores dos estados – constituíram uma legitimação popular importante do chavismo, com ou sem a participação da oposição. (Abril)