[De José Goulão] A demissão forçada e possível sequestro do primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, e a humilhação a que o presidente francês, Emmanuel Macron, foi submetido em visita relâmpago a Riade são episódios colaterais, embora importantes, da enorme purga político-religiosa em curso na Arábia Saudita desde a noite de 4 para 5 de Novembro.
Os acontecimentos em Riade, com supervisão em directo do presidente norte-americano, Donald Trump, pelo menos na fase mais crítica do arranque do golpe palaciano conduzido pelo príncipe herdeiro, Mohammed Ben Salman, poderão ter repercussões profundas no regime da mais poderosa petroditadura do Golfo, principal aliada das potências ocidentais sobretudo quando se trata de manipular a arma do terrorismo dito «fundamentalista islâmico», não apenas no Médio Oriente mas em qualquer lugar do mundo onde lhes seja conveniente. Repercussões essas que, se consolidadas, poderão ter um impacto regional e internacional dentro de um cenário com apreciável margem de imprevisibilidade. (Abril)
domingo, 19 de novembro de 2017
«Os enigmas da purga monstruosa na Arábia Saudita»
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