Quem escreva Medellín no Google encontrará «Medellín, ciudad segura», «Medellín, ciudad inteligente», «Medellín, ciudad innovadora», entre outras coisas. De facto, Medellín está na moda. A modernização da capital do departamento de Antioquia tem impulsionado o turismo na cidade. Mas também as séries que exaltam a figura daquele que foi o mais importante narcotraficante do mundo.
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«Todos os cuidados são poucos para evitar que nos identifiquem e nos assassinem», conta enquanto toma uma cerveja Águila. «Nesta cidade todavia há cerca de 6 mil colaboradores paramilitares que controlam o comércio e as movimentações políticas», assegura enquanto olha para a porta. Recorda os tempos em que o principal opositor ao processo de paz, o antigo presidente Álvaro Uribe, foi primeiro alcalde da cidade e depois governador da região. «Dantes mandavam-te uma carta a ameaçar-te, uma coroa de flores ou deixavam-te o crânio de um animal morto à porta. Agora é diferente. Não avisam».
Pedro descreve a barbárie dos métodos paramilitares numa agoniante narrativa que envolve serras eléctricas, massacres em carniçarias, funerais cujos caixões não levavam mais do que o único pedaço de carne que sobrou do cadáver e incineradoras improvisadas para fazer desaparecer os corpos. Conta também como a gangrena do paramilitarismo se espalhou pelo país ao ritmo da produção cocalera com o beneplácito dos partidos ao serviço da oligarquia. (manifesto74) [3.ª de 3 crónicas de quem esteve no terreno]
sábado, 15 de abril de 2017
Bruno Carvalho: «A paz na mira do paramilitarismo»
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