sábado, 23 de setembro de 2017

A propósito da entrega do comando dos Mossos d'Esquadra a Pérez de los Cobos

O artigo para cuja leitura em baixo se remete, da autoria de Xabier Makazaga e publicado em 2013, vem a propósito da decisão judicial, hoje conhecida, de deixar o comando dos Mossos d'Esquadra (a polícia autonómica catalã) a Diego Pérez de los Cobos, coronel da Guarda Civil - dependente do Ministério espanhol do Interior -, de modo a impedir a realização do referendo convocado para dia 1 de Outubro.

Pérez de los Cobos é filho do fascista Antonio Pérez de los Cobos - membro da organização de extrema-direita Fuerza Nueva - e irmão do ex-presidente do Tribunal Constitucional espanhol Francisco Pérez de los Cobos, cujo mandato ficou marcado por várias decisões contra o processo de autodeterminação da Catalunha.

O preso basco Kepa Urra, detido em 1992, acusou cinco guardas civis, entre os quais Diego Pérez de los Cobos, de o terem torturado. Pérez de los Cobos acabaria por ser exonerado, pese embora os depoimentos de Urra, que garantiu ter sido maltratado por ele no hospital. Três agentes foram condenados, em 1997, mas seriam indultados pelo primeiro governo de Aznar, em 1999. Quanto a Pérez de los Cobos, a sentença não conseguiu lavar tudo e a sociedade basca continuou a tratá-lo como um «torturador».

Há vários anos que Diego Pérez de los Cobos é uma figura destacada no Ministério espanhol do Interior, sendo hoje considerado o «número dois no Interior» e um dos principais responsáveis pela política de dispersão. Agora, vai pôr ordem na Catalunha.

Leitura:
«Los sucesores de Galindo» (canarias-semanal.org)
[De Xabier Makazaga] He ahí otra flagrante prueba de la impunidad de la que gozan los torturadores en el Estado español: cinco de los guardias civiles implicados en las torturas que sufrió Kepa Urra ocupan hoy día altos cargos y es más que probable que, en un futuro no lejano, a la mayoría de ellos les impongan, como a Galindo, el fajín de general.