sábado, 20 de outubro de 2018

«O fascismo e os "homens bons"»

[De Mauro Luis Iasi] Na Alemanha de Weimar também haviam pessoas boas que só queriam um país grande e forte. Estavam descontentes com a crise, a inflação e o desemprego. Tinham críticas aos governos democráticos, muitas delas bastante pertinentes. Queriam defender a família, queriam uma raça pura, bonita e forte. Por isso votaram em massa pelos nazistas e os elegeram em 1932.
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Podemos ver esse processo mesmo nos clássicos casos do nazi-fascismo europeu, quando a retórica nacionalista e a crítica ao grande capital se transformou na aliança prática do capital financeiro e monopolista com o nazismo e o fascismo. É ridículo mas necessário lembrar que o fascismo e o nazismo foram projetos da extrema direita. Se seguirem o «raciocínio» que se tem feito esses dias, é capaz dos reacionários do futuro afirmarem que o Bolsonaro era de centro, pois eu partido se autodenomina «social e liberal».

A extrema direita é um instrumento do grande capital que lança mão da barbárie para salvar sua civilização diante do risco da democracia. Seu método, como já discutíamos em outra oportunidade, é a estigmatização do inimigo, a manipulação dos valores da Nação, da família, da moral, do perigo comunista, deslocando a responsabilidade pela crise e seus efeitos para os ombros de seus adversários. Por isso, não nos espanta que a mentira seja a principal arma política daqueles que defendem os interesses de uma minoria e precisam do apoio das massas para suas aventuras. Não foi o Facebook nem o WhatsApp que criou o fenômeno. Ainda que esses dispositivos sejam veículos eficientes da mentira e das falsificações, a «propaganda» é reconhecidamente um instrumento do fascismo, pois a verdade os destrói como a luz aos vampiros. (PCB)