[De Maurício Castro] proponho um teste prático para desmontar as teses pós-modernas sobre a falta de relaçom necessária entre classe, género e raça. Se a origem do racismo e do sexismo nom está na sociedade de classes, onde é que está? Que resposta dam os pós-modernistas a essa questom fundamental? Em geral, situam-na «na modernidade europeia». Daí surgem os romantismos (respostas no passado) e os «orientalismos ao revés» (fundamentalismos incluídos), que consagram o essencialismo da raça, do género ou de qualquer outra opressom e rejeitam, por princípio, qualquer teoria vinda da Europa. Nom podo deixar de apontar o paradoxo de que seja no mundo académico anglossaxom e europeu onde se espalhem as novíssimas teorias pós-coloniais, decoloniais e demais essencialismos, sobre as ruínas da derrota da esquerda revolucionária.
Em geral, esse essencialismo anti-histórico, que situa o racismo e o machismo na «essência» do home branco europeu, aboca ao ativismo sem perspetiva para além do indivíduo e, no final das contas, ao niilismo, pois a questom nom teria mais soluçom que a eliminaçom física dos «homes brancos europeus», que conteriam na sua essência (genética?) a origem das opressons. Vê-se logo o absurdo das explicaçons que tentam situar as opressons por cima da sua própria historicidade das sociedades de classes.
Repitamo-lo mais umha vez. Nom que nom existam todas essas opressons. Nom que a classe trabalhadora seja «a mais importante». Nom é umha questom valorativa. Trata-se de compreender que, sem quebrar a maquinaria de reproduçom do sistema, nengum voluntarismo ou essencialismo nacional, racial ou de género poderá sozinho ultrapassar as condiçons necessárias de reproduçom do capital. / Ver: galizalivre.com
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
«Mecanicismo, eurocentrismo, dogmatismo e messianismo. Quem dá mais?»
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