sexta-feira, 23 de novembro de 2018
«Eventualmente, precários – Um abraço de Leixões até Setúbal»
[De Ricardo M Santos] O que indigna alguns comentadores e fazedores de opinião, não é haver um Porto com dimensão internacional que funciona com dez contratados e 90 eventuais. Não são precários, estão abaixo dos precários. Estão no nosso neorrealismo, na Seara de Vento, nos Gaibéus, nos Esteiros. Estão na praça virtual à espera de um SMS que lhes diga se trabalham ou não, se amanhã ganham ou não. Assinam contratos por turno. Dois turnos, dois contratos. Na era da WebSummit, do choque tecnológico, do minuto-ao-minuto, é o sistema que nos devia chocar a todos. São os estivadores, os trabalhadores da Efacec, os trabalhadores das corticeiras, dos têxteis. Sim, ainda há quem trabalhe agarrado a uma máquina de costura, horas a fio, sem poder levantar a cabeça, com batas sem bolsos para não poderem ter telemóveis. É assim o nosso século XXI. (manifesto74)
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