[De José Goulão] Posto isto, é muito grave o silêncio que se ouve no mundo em relação às palavras terroristas proferidas por Netanyahu num pretenso ambiente «de paz», em Paris. Não será necessário um grande e prolongado esforço intelectual para deduzir que o primeiro-ministro de Israel advoga uma estratégia de força como «solução final» para Gaza. E, como a desproporção das forças e meios militares em presença é esmagadora, uma guerra conduzida até às últimas consequências para ultrapassar o problema significaria o extermínio em massa da indefesa população do território.
E as ofensivas recorrentes parecem integrar-se no processo de preparação, a anestesia da chamada «comunidade internacional» para o desfecho inevitável – a chacina ou, no mínimo, uma repugnante limpeza étnica susceptível de colocar mais dois milhões de refugiados à deriva pelo mundo. (Abril)