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Os conceitos sobre os «direitos dos presos» são cada vez mais imprecisos e genéricos, ou, quando se tornam claros e concretos, deixam claro que não visam a sua libertação imediata. Excepto a dos presos doentes. Ao invés, aqueles que deram tudo pela libertação nacional e social de Euskal Herria têm de se sujeitar à «legalidade» (espanhola), cumprir as penas «em cadeias bascas» [que não o são], reconhecer «o dano injusto causado».
A linguagem é de ONG: as manifestações são ditas, pelos seus promotores e por responsáveis políticos variados, como contributos «para a convivência e a paz» (qual?), valoriza-se a «democracia» (qual?), a defesa dos «direitos humanos» e há «buenrollismo» para encher um saco! Esta «convivência», como bem sabemos – e no País Basco parece haver quem continue alerta –, é a da imposição e a da ocupação, a do peso da bota do capitalismo sobre os trabalhadores bascos, a de Altsasu ou a da Alde Zaharra de Iruñea [Pamplona].
Dizem os promotores que não haverá resolução do conflito enquanto os presos não estiverem fora das cadeias e os refugiados não regressarem – e isso é certo. Mas também o é não haver resolução possível enquanto não forem encaradas as causas do conflito, aquilo que está na sua origem, a luta dos bascos pela independência e o socialismo, contra a opressão que sofrem enquanto povo e trabalhadores. E a «paz da submissão» jamais trará os frutos que se desejam; só servirá para perpetuar o conflito.
De acordo com os promotores das mobilizações de ontem «pelos direitos dos presos», que decorreram na capital biscainha e na de Lapurdi, no País Basco Norte, estiveram presentes na de Bilbo 76 mil pessoas e, em Baiona, 9000. Merecem o nosso respeito, assim como os familiares de todos os presos políticos bascos, estejam integrados na Etxerat ou não.
Presoak kalera, amnistia osoa!
Gora Euskal Herria askatuta!