segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

John Pilger: «Os verdadeiros jornalistas actuam como agentes do povo, não do poder»

[Entrevista de Eresh Omar Jamal] É jornalista há muitas décadas. Na sua opinião, como mudou o jornalismo no decurso desse tempo?
Quando comecei como jornalista, especialmente como correspondente estrangeiro, a imprensa no Reino Unido era conservadora e era propriedade de forças poderosas do establishment, tal como agora. Mas a diferença em relação a hoje é que havia espaços para o jornalismo independente que discordava da sabedoria recebida em termos de autoridade. Esse espaço está agora praticamente fechado e os jornalistas independentes foram para a Internet, ou para uma clandestinidade metafórica.

Quais são alguns dos maiores desafios e problemas que existem atualmente nesta profissão, e quais crê serem as melhores soluções para eles?
O maior desafio é resgatar o jornalismo de seu papel deferencial como estenógrafo do grande poder. Os Estados Unidos têm constitucionalmente a imprensa mais livre na Terra, mas na prática tem uns media obsequiosos perante as fórmulas e enganos do poder. É por isso que os EUA receberam efectivamente a aprovação dos media para invadir o Iraque, a Líbia, a Síria e dezenas de outros países. (odiario.info)