quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

ETA: “Ninguém vai domar a vontade de construir o Estado de Euskal Herria”

A organização armada ETA assumiu, em comunicado, os atentados com explosivos levados a cabo nos dias 16 e 24 de Dezembro de 2007, que provocaram danos materiais no tribunal de Sestao e na sede do PSOE em Balmaseda. Euskadi Ta Askatasuna assegura que é a “estratégia do ‘estado de excepção’, construída por Ferraz” que “fez perder a paciência aos cidadãos”.
A ETA afirma que o Governo espanhol estabeleceu uma situação de excepção que “procura a destruição do independentismo basco”, para além de revelar “a intenção de aprofundar o terrorismo de Estado”.

“Habituaram-se a praticar o terrorismo de Estado no passado e agora fazem o mesmo”, declara a organização armada basca, que se refere a Rubalcaba como “o ministro dos GAL”, para afirmar que, apoiando-se no lema do ‘vale tudo contra a ETA’, “cidadãos bascos são torturados com total impunidade nas esquadras da Guardia Civil, são submetidos a sessões de saco e de banheira, e violados com a introdução de paus pelo ânus.” A ETA menciona ainda o recente falecimento de Natividad Junko, para assegurar que, com o endurecimento da dispersão, das penas ou da não libertação dos presos doentes, “o Governo espanhol aposta em prolongar o conflito”.

Noutra alínea do comunicado, a ETA faz alusão às “prisões habituais” e também às “mensagens vazias e ameaçadoras” ouvidas depois do atentado contra a sede do PSOE em Balmaseda, para responder que “a situação do ‘estado de excepção’ pensada por Ferraz, as ameaças de Rubalcaba e os avisos de Ares acabaram com a paciência dos cidadãos”. A ETA tem palavras duras para as manifestações de porta-vozes do Governo de Lakua, a quem responde que “os que provocam asco a este povo são os que suportam a tortura e os traidores”. A ETA pressagia “o fracasso das políticas de opressão e da negação” porque “ninguém vai vencer a vontade de criar o Estado de Euskal Herria”.