Barrena: “Estes quatro anos foram a legislatura da burla e da repressão contra Euskal Herria”
O político abertzale Pernando Barrena considerou que a legislatura gerida pelo primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero constituiu a da “burla, da fraude e da repressão contra Euskal Herria”. Além disso, advertiu aqueles que “patrocinam” medidas como detenções ou ilegalizações de que “mais cedo do que tarde terão que rectificar o seu posicionamento”.
DONOSTIA – Pernando Barrena compareceu juntamente com o político independentista Eusebio Lasa em Donostia, onde insistiu que há quatro anos esta legislatura começou com uma “grande mentira de Acebes” no Congresso dos Deputados, já que, no contexto dos atentados do 11-M, o PP realizou “uma gestão catastrófica para enganar a opinião pública do Estado espanhol, que com o tempo se foi desmontando”.
Barrena considerou que a legislatura termina “com outra grande mentira na boca de José Luis Rodríguez Zapatero”, a quem acusou de tentar nos últimos meses “endossar a responsabilidade do processo negociador à esquerda abertzale”. Não obstante, assegurou que “o tempo vai colocando cada um no seu lugar”.
Assim, recordou que Zapatero negou em diferentes ocasiões ter falado de política com a esquerda independentista, ainda que posteriormente tenha tido que o reconhecer, como o caso das conversações que se mantiveram entre o Governo espanhol, a ETA, o PSOE e a esquerda abertzale, na campanha das eleições de Maio.
“Nesse assumir paulatino do presidente do Governo sobre as suas responsabilidades no final do processo de negociação, rapidamente o PSOE terá que admitir toda a verdade e dizer claramente que, no contexto das conversações de Maio, preferiram que a situação de confrontação e conflito político continuasse, em vez de abordar uma fórmula de solucionar o conflito”, afirmou.
Para além disso, considerou que as “mentiras” também estiveram presentes nas últimas declarações do ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, no caso das detenções de Igor Portu e Mattin Sarasola. No seu parecer, Rubalcaba “demonstrou que a mentira também é um instrumento de trabalho para os ministros do PSOE”.
Direito a decidir e solução
“Estes quatro anos constituíram a legislatura da burla, da fraude e da repressão contra Euskal Herria”, denunciou Barrena, que insistiu em que a oferta actual do Executivo do PSOE para Euskal Herria “passa pela utilização da tortura, as ilegalizações, a dispersão ou a confrontação pura e dura”.
Nesse sentido, sublinhou que as chaves para a solução “já estão sobre a mesa” e que “quem quiser perseguir esse objectivo sabe que o reconhecimento do direito a decidir, e a exercê-lo sem objecção alguma, é básico e fundamental”.
Nessa linha, reiterou que a esquerda abertzale soube “actuar com responsabilidade política” ao apresentar propostas como a de Anoeta ou a do Novo Marco Democrático, que são “de grande alcance”, e mostrou-se convencido de que “iluminarão novos cenários políticos”.
Por isso, Barrena chamou a atenção para o facto de o próximo primeiro-ministro espanhol “ter que ter bem presente na sua agenda o direito a decidir da sociedade basca”.
em Gara.net