sexta-feira, 30 de maio de 2008

Cidadãos denunciam “ausência de democracia” e são expulsos do Município donostiarra


Vários cidadãos de Donostia foram expulsos esta manhã da Câmara Municipal da capital guipuscoana, onde se celebrava uma sessão plenária ordinária, depois de tentarem ler um texto em que denunciavam “a ausência de democracia” no Consistório e exigiam o respeito pela vontade popular. Este grupo de cidadãos, que mostravam cartazes com o lema “Demokrazia zero”, fez ouvir a sua voz reclamando democracia para Euskal Herria e acusando alguns vereadores de “ladrões”. A resposta imediata foi dada pelo vereador da Cultura, Ramón Etxezarreta, que os apelidou de “assassinos”. Nessa altura, a vice-presidente da edilidade, Susana Corcuera, solicitou à polícia municipal que expulsasse aquelas pessoas da sala, o que ocorreu sem resistência, nem incidentes. Entretanto, o autarca da cidade, Odón Elorza, já veio afirmar que irão ser tomadas medidas para que não volte a suceder algo de semelhante em próximas sessões plenárias.
Posteriormente, meia centena de pessoas concentrou-se no exterior da Câmara Municipal segurando uma faixa em que se lia “Donostian demokrazia zero. Herritarron hitza errespetatu” [Em Donostia, democracia zero. Respeitem a vontade popular], numa altura em que se cumpre um ano sobre a realização das eleições municipais e forais em que as listas da esquerda abertzale foram anuladas. O cabeça de lista da EAE-ANV na capital guipuscoana, Agustín Rodríguez, apontou o dedo ao “PP, ao PSOE e ao PNV por continuarem a manter três vereadores que não lhes correspondem” um ano depois das eleições, ao mesmo tempo que acusou a EB [Ezker Batua] de “dar uma maioria ilegítima ao Governo municipal socialista”. “Para além do mais, querem apropriar-se daquilo que o povo não lhes atribuiu através do que chamam moções éticas”, afirmou, para acrescentar de seguida que “pouca ética e democracia se pode aprender com quem não respeita o princípio básico da democracia representativa”.
Fonte: Gara