quarta-feira, 21 de maio de 2008

Operação policial contra a ETA


As imagens estão a ser amplamente divulgadas pela televisão. Os membros da ETA detidos são conduzidos a partir de um carro para o apartamento onde haviam sido presos, a fim de ser revistado, sob o acosso de centenas de jornalistas. Durante o caminho, gritam 'Gora Euskadi Ta Askatasuna' [Viva a Euskadi Ta Askatasuna] e 'Gora Euskal Herria askatuta' [Viva o País Basco livre'].

Os meios de comunicação social destacaram esta manhã a ofensiva policial contra a organização armada independentista basca Euskadi Ta Askatasuna [Pátria Basca e Liberdade]. Segundo informações do diário basco Gara, quatro presumíveis militantes da ETA foram presos num apartamento em Bordéus, França. Para além destes quatro, a polícia francesa deteve um outro cidadão basco em Baiona, na parte norte do País Basco ocupada pelo Estado francês. A polícia relaciona-o com o aluguer da casa onde estavam os supostos dirigentes da organização armada. Também esta manhã, a polícia espanhola deteve Joxean Bandarian, ex-presidente da Câmara Municipal de Andoain, em sua casa. Ao que parece esta foi uma detenção relacionada com a ofensiva policial contra a ETA.

Entre os presos encontram-se, portanto, como informámos às primeiras horas da noite de ontem, Francisco Javier López Peña, Jon Salaberria, Ainhoa Ozaeta e Igor Suberbiola. Todos eles considerados, pelas forças de segurança espanholas, como dirigentes da frente política e militar da ETA. Naturalmente, quando há detenções o Estado espanhol costuma especular sobre a importância de quem é preso porque quer capitalizar o sucesso político das operações policiais. Por exemplo, o Partido Nacionalista Basco já veio questionar o papel do dirigente Francisco Javier López Peña, conhecido como 'Thierry'. É que é muito comum que se diga que prenderam o 'número um' da ETA. Mais comum do que as vezes em que isso aconteceu a sério.

Segundo informações da polícia, no momento da invasão do apartamento, quatro detidos estavam a reunir. Apesar de estarem armados não resistiram às detenções. Na casa, estavam quatro pistolas automáticas e munições, "uma pequena quantidade" de material para fabricar explosivos, documentação falsa, material informático e documentação da ETA. Para além disto, havia dois veículos roubados, com matriculas falsas, um deles na rua e outro na garagem. Tudo isto, obviamente, sempre segundo fontes policiais citadas pelas agências.

Nos próximos dias, suceder-se-ão as mensagens de que a ETA está na iminência da derrota militar. Contudo, só quem não percebe que o conflito é, fundamentalmente, político e não militar é que não compreende que a única solução é a negociação pacífica e democrática na base da autodeterminação para o povo basco.

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