Desde que o juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón intimou a autarca de Arrasate a prestar declarações e lhe deu ordem de prisão, foram muitas as vozes a denunciar a situação e a mostrar solidariedade e carinho a Ino Galparsoro. Ontem, a esquerda abertzale reuniu milhares de pessoas na localidade guipuscoana, onde se concentrou a denúncia e solidariedade de todo o País Basco.
Xabier Zubizarreta Txiron, que foi durante muitos anos presidente do município de Arrasate, agradeceu em nome dos seus conterrâneos as mostras de apoio recebidas, assegurando que “é precisamente em situações como esta que melhor se sente o valor da palavra solidariedade”. A intervenção de Zubizarreta constituiu o momento mais emotivo de uma mobilização que teve início pouco depois das 17h30, junto à Câmara Municipal, aonde haveria de regressar depois de percorrer durante cerca de uma hora grande parte das ruas da cidade.
À frente da marcha, inúmeros representantes políticos e eleitos da esquerda abertzale, em que se destacavam alguns dirigentes históricos, membros da EAE-ANV, uma parlamentar do EHAK [Partido Comunista das Terras Bascas], um representante do movimento pró-amnistia e também do sindicato LAB. Alguns destes seguravam uma faixa em que era visível o lema da manifestação: “Salbuespen egoerari STOP. Euskal Herriak Autodeterminazioa” [STOP ao estado de excepção. Autodeterminação para Euskal Herria]. Ao longo de todo o percurso, no qual ondearam dezenas de ikurriñas, não cessaram as palavras de ordem, sobretudo em apoio à ANV e à autarca de Arrasate, e contra o PNV e o PSOE. No regresso à Herriko plaza, cerca de uma hora depois do começo da manifestação, uma faixa presa à fachada da Câmara Municipal acusava o PNV e o PSOE de pretenderem “conseguir pela força o que não conseguiram com as moções”.
Continua a ser a presidente do município
Xabier Zubizarreta destacou o trabalho realizado na edilidade por Ino Galparsoro, e disse que “continua a ser a nossa presidente, porque os arrasatearras assim o decidiram”. E exigiu em seguida a sua “imediata libertação”. Numa intervenção continuamente interrompida pela assistência – “Ino, herria zurekin” [Ino, o povo está contigo] –, o ex-primeiro edil de Arrasate dirigiu-se aos que quiseram converter a localidade numa “questão de Estado”, afirmando que “a nossa questão de estado é criar o Estado basco”.
Continua a ser a presidente do município
Xabier Zubizarreta destacou o trabalho realizado na edilidade por Ino Galparsoro, e disse que “continua a ser a nossa presidente, porque os arrasatearras assim o decidiram”. E exigiu em seguida a sua “imediata libertação”. Numa intervenção continuamente interrompida pela assistência – “Ino, herria zurekin” [Ino, o povo está contigo] –, o ex-primeiro edil de Arrasate dirigiu-se aos que quiseram converter a localidade numa “questão de Estado”, afirmando que “a nossa questão de estado é criar o Estado basco”.
Arantza Urkaregi, por seu lado, disse que a decisão de prender Galparsoro não foi tomada pelo juiz Garzón, mas antes pelo PSOE, no contexto de uma “louca ofensiva contra a esquerda independentista”. Situou nessa ofensiva, por exemplo, os factos ocorridos nas últimas semanas em Durango, Arrasate, Ondarroa e Orereta. Urkaregi criticou também o PNV, acusando-o de ser um “colaborador leal” do PSOE na repressão e de estar a planear “uma nova fraude estatutária”. Contra ela, a esquerda abertzale apresentará “a sua proposta de mudança política para Euskal Herria”, que servirá de base para as moções que, do mesmo modo que em Arrasate, a esquerda abertzale levará a todos os municípios. Arantxa Urkaregi anunciou ainda uma nova oportunidade para levar esta proposta a todos os lugares de Euskal Herria, “e unir forças em volta dela”, na jornada de mobilização e luta que a esquerda abertzale convocou para a próxima quinta-feira, dia 8.
Eleitos pelo povo e para o povo
Entre os participantes na manifestação, havia a noção da gravidade do actual momento, de que é exemplo o que se vive nestes dias em Arrasate, assim como a determinação da militância independentista em manter o seu trabalho nas diferentes localidades. Isso mesmo declarava Asier Agirre, autarca de Aramaio recentemente julgado pela celebração nesta localidade alavesa de um referendo sobre o comboio de alta velocidade. Agirre considera que prender representantes eleitos “sem nenhum tipo de argumento” mostra bem como a ofensiva contra a esquerda abertzale “já não tem limites”. E, apesar de reconhecer as dificuldades que advêm da resistência a estes casos, afirma: “Entrámos nas Câmaras Municipais para trabalhar ali, nas terras, e vamos continuar a fazê-lo”.
Eleitos pelo povo e para o povo
Entre os participantes na manifestação, havia a noção da gravidade do actual momento, de que é exemplo o que se vive nestes dias em Arrasate, assim como a determinação da militância independentista em manter o seu trabalho nas diferentes localidades. Isso mesmo declarava Asier Agirre, autarca de Aramaio recentemente julgado pela celebração nesta localidade alavesa de um referendo sobre o comboio de alta velocidade. Agirre considera que prender representantes eleitos “sem nenhum tipo de argumento” mostra bem como a ofensiva contra a esquerda abertzale “já não tem limites”. E, apesar de reconhecer as dificuldades que advêm da resistência a estes casos, afirma: “Entrámos nas Câmaras Municipais para trabalhar ali, nas terras, e vamos continuar a fazê-lo”.
Xanti Kiroga, vereador em Uharte, acredita que a situação actual é paradoxal, “porque a esquerda abertzale está a sofrer uma fase de intensa repressão precisamente no momento em que aparece perante os cidadãos com mais legitimidade e credibilidade que nunca”. Na sua opinião, o desafio que a esquerda independentista deve enfrentar agora é o de converter toda a sua militância num porta-voz da sua proposta política.
O presidente da Câmara de Urretxu, Iñaki Zabala, também seguiu atrás da faixa que liderava a manifestação, e afirma que esta contínua política de pressão e repressão sobre a esquerda abertzale “se vai voltar contra eles”. Como Agirre, Zabala recorda que o objectivo, nos Municípios, é trabalhar a favor das localidades, contra as quais, afinal, se dirige a acção do PNV, “pretendendo recuperar de qualquer maneira o poder que o povo lhe retirou nas eleições”.
Por seu lado, a parlamentar Nekane Erauskin crê que factos como a prisão de Galparsoro são consequência da estratégia decidida pelo PSOE depois da ruptura do processo de paz. Erauskin, que considera especialmente grave a detenção de uma autarca, também não esquece a responsabilidade do PNV, e advertiu-os de que “não serão capazes de acabar com a vontade deste povo, que pretende dar uma solução democrática ao conflito”.
Fonte: Gara