quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ofensiva contra a ANV: polícia espanhola encerra um bar da formação ‘ekintzale’ em Portugalete



No cumprimento de uma ordem do juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón, agentes da polícia espanhola procederam ontem à inspecção e ao encerramento de uma taberna da ANV na zona histórica de Portugalete. A ordem parece estar relacionada com o auto 04/08, ditado pelo próprio Garzón no passado dia 8 de Fevereiro, no qual se decidia a suspensão de actividades da ANV e o fechamento das suas sedes e de outro tipo de estabelecimentos.
Depois de vedarem o acesso ao local, por volta das 11h da manhã, e de receberem, cerca de uma hora mais tarde, o apoio de numerosos agentes encapuçados, que ficaram a guardar as instalações situadas na rua Santa María, os agentes deram início à inspecção. De acordo com o cliente e o empregado do estabelecimento que ali se encontravam, e que foram testemunhas de toda a operação, os agentes confiscaram material de propaganda relacionado com o comboio de alta velocidade, a Askatasuna, campanhas antigas da ANV, para além de latas de tinta e do dinheiro que ali havia. Estas testemunhas acrescentaram ainda que em momento algum lhes foi exibida uma autorização para proceder à inspecção e que os agentes mantiveram um comportamento “provocador” em relação às pessoas que se juntaram perto do local. Mais ainda, os agentes animavam-se uns aos outros para “provocar” as pessoas, tendo sido num desses momentos que removeram a bandeira da EAE-ANV do alto do mastro, à entrada do estabelecimento. Entretanto, cá fora, tinham-se concentrado várias dezenas de pessoas para denunciar esta nova actuação policial e fazerem ouvir o seu protesto: “Ez gaituzue isilduko. Independentzia” [Não nos calarão. Independência], “Isto é um Estado policial”, “ANV aurrera” [Força, ANV], “Utzi bakean, alde hemendik” [Deixem-nos em paz, vão-se embora]. Viveram-se momentos de grande tensão, com a polícia espanhola a afastar de maneira agressiva, entre empurrões e encostos com a ponta do cassetete, os que se atreviam a estar a cerca de 100 metros do local inspeccionado, que seria depois selado. A Ertzaintza acabou por aparecer também, ameaçando os presentes no protesto com multas gordas e identificando alguns deles.

Fonte: Gara e Gara