A sétima sessão deste julgamento serviu para que as últimas seis testemunhas propostas pela defesa agradecessem o trabalho realizado pelos 27 acusados, que enfrentam uma pena que pode ir até dez anos de prisão.
Entre os testemunhos apresentados perante o tribunal, destacou-se o de Mari Carmen Mañas, viúva de Angel Berrueta, assassinado a 13 de Março de 2004, em Iruñea [Pamplona], na sequência dos disparados efectuados por um agente da polícia espanhola. Mañas relatou que o movimento pró-amnistia a ajudou a denunciar o “assassinato” do seu marido e a defender em tribunal que se tratava de um caso de “terrorismo de Estado”. “Prestaram-nos ajuda humanitária, são pessoas extraordinárias, que nos ajudaram a seguir em frente”, afirmou, referindo-se aos processados, a quem agradeceu os esforços que desenvolveram para denunciar o seu caso e para a pôr em contacto com “entes políticos eclesiásticos” de Euskal Herria.
Também esteve presente Kontxi Luna, companheira sentimental de Jose Mari Sagardui “Gatza”. A testemunha realçou que o início da sua relação com o preso se ficou a dever às visitas que lhe fazia na prisão, como integrante de um Comité de Solidariedade com os Presos, e denunciou que sua condenação se prolonga “há já 28 anos e nunca mais tem fim” por “vingança” do Estado espanhol, fazendo com que o zornotzarra seja o preso mais antigo da Europa. Kontxi Luna disse ainda temer que a sua situação mude depois deste processo judicial. “Tenho medo de ficarmos numa situação em que não sabemos a quem recorrer. Quem vai ajudar os presos e as suas famílias?”, perguntou.
Mattin Troitiño, filho e irmão dos presos políticos Txomin e Jon Troitiño, explicou que a sua relação com o movimento pró-amnistia começou depois das detenções dos seus familiares. Seguidamente, afirmou que o seu pai nunca esteve a menos de 500 km de Euskal Herria e que em 2006 lhe agravaram a pena em 11 anos. Belen Aguilar, viúva de Justo Elizaran, morto num ataque do Batalhão Basco-Espanhol, e mãe do preso político Ugaitz Elizaran, explicou a ajuda que recebeu da parte do movimento pró-amnistia.
Por seu lado, Itxaso Idoiaga, médico do Osakidetza [Sistema de Saúde basco], relatou o trabalho de assistência médica aos presos políticos bascos que realiza em colaboração com o movimento pró-amnistia, e afirmou: “diagnosticámos casos de mortes que podiam ter sido evitadas”. Assinalou em seguida: “ O nosso objectivo é que os presos tenham assistência médica”, para acrescentar que também se deve reconhecer que a tortura existe. Por último, Andoni Txasko, porta-voz da Associação de Vítimas do 3 de Março, de Gasteiz, relatou o ocorrido nesse mesmo dia, em 1976, no qual a polícia matou cinco pessoas na capital alavesa. Em 2001, quando se cumpria o 25.º aniversário do massacre, puseram-se em contacto com movimento pró-amnistia, que foi um dos muitos grupos a participarem na organização da mobilização.
Fonte: Gara