quinta-feira, 8 de maio de 2008

Comunicado da ETA



Num comunicado remetido ao Gara no qual reivindica dois atentados contra sedes do PSOE (Abusu e Elgoibar) e outros dois contra emissores de televisão (Azpeitia e Lapoblación), a ETA alerta para que os movimentos do PSOE e do PNV depois das eleições de 9 de Março apontam para uma tentativa de "renovar o Estatuto da Mancloa" e de "impor ao nosso povo um novo pacto autonómico". E, perante esta perspectiva, anuncia que "os que desejamos a liberdade total de Euskal Herria dizemos hoje também que 'não', da mesma forma que dissemos 'não' à Constituição espanhola e 1978".

"Nunca aceitaremos uma situação de imposição", acrescenta o comunicado da organização armada basca, que considera que "uma fraude desse tipo só suporia um aprofundamento da assimilação de Euskal Herria".

A mensagem acusa os partidos liderados por José Luis Rodriguez Zapatero e Iñigo Urkullu de implementarem uma estratégia comum com estes objectivos: "Aniquilar a esquerda independentista, desactivar a luta pela independência e impor um novo ciclo autonómico espanhol a Euskal Herria".

De Arrasate a Durango

Como exemplo, cita vários episódios recentes, como "a prisão da autarca de Arrasate, que se inscreve na estratégia de expulsar os eleitos independentistas das instituições; o julgamento-farsa contra os membros do movimento pro-amnistia; as vagas de prisões e as torturas contra jovens; as imagens deixadas pela Polícia Autonómica de Espanha nas ruas de Durango, batendo e detendo os cidadãos". A ETA conclui de tudo isto que ficou demonstrado de novo "a aposta do governo do PSOE por reforçar as atitudes neofascistas e repressivas", por um lado, e "a versão mais negra da traição dos responsáveis políticos de um PNV que está absolutamente corrupto", por outro.

Na conjuntura actual, a ETA adverte que "o governo espanhol continua a agravar o estado de excepção imposto em Euskal Herria" e que o faz para além disso "vulnerando todas as leis básicas da democracia" e "mostrando sem esconder a sua essência neofascista, que nunca mudou sob o disfarce da sua democracia formal".

Na última parte do comunicado, a organização elogia os "exemplos de dignidade e luta contra a negação e pela defesa das liberdades democráticas". E faz um apelo para que se mostre "determinação e força para se continuar a construir o Estado de Euskal Herria. Conseguiremos!", conclui.

Todas as acções reivindicadas produziram danos materiais. Trata-se da cometida no dia 30 de Março em Azpeitia contra um emissor, a de 12 de Abril contra uma instalação semelhante em Lapoblación (Navarra) e as explosões produzidas nos dias 17 e 20 de Abril contra sedes do PSOE em Bilbau e em Elgoibar.

em Gara.net