quinta-feira, 29 de maio de 2008

Presença da Etxerat em Bruxelas


Uma representação da Etxerat, composta por cerca de 50 familiares e amigos de presos políticos bascos, viajou até Bruxelas com o intuito de denunciar a situação por estes vivida nas prisões francesas e espanholas, e o sofrimento de que são vítimas os próprios familiares em consequência da política de dispersão penitenciária, tendo exigido aos responsáveis europeus que dêem passos para acabar com “esta grave situação”.

Contactos e conferência de imprensa

Os membros da Etxerat reuniram-se com Jan Fermond, jurista da associação de Advogados Democratas Europeus, com representantes do povo curdo, com parlamentares flamengos e com alguns membros da Casa da América Latina em Bruxelas. Mantiveram ainda contactos com eurodeputados de diversas proveniências: Mikel Irujo (Eusko Alkartasuna); Pairpre de Brun (Sinn Fein); Esko Seppanen (Finlândia); Giusto Catania (Itália); Jens Holn e Eva-Britt Svensson (Suécia); Soren Sondergaard (Dinamarca); Helmuth Markov (Alemanha); e membros da Basc Friend Ship. Antes disso, logo pela manhã, a representação da Etxerat ofereceu uma conferência de imprensa na Casa Flamenga, de que se apresenta a parte inicial:

“Uma política penitenciária criminosa baseada no sofrimento humano; na tortura; no tratamento cruel. Somos testemunhas disso. Estamos a sofrer isso no século XXI, na Europa, em Euskal Herria.
Estamo-nos a reunir com parlamentares e responsáveis políticos europeus. Dando-lhes a conhecer o que estamos a sofrer. Um Guantánamo na Europa. E estamos a perguntar-lhes até quando vão permitir tudo isto.
Até quando vão permitir que os nossos familiares, depois de terem sido detidos, permaneçam em regime de incomunicação durante cinco dias, quando todos sabemos que esse regime propicia a tortura?
Até quando vão permitir que, para visitar os nossos familiares – presos políticos –, tenhamos que fazer uma média de 1400 km por semana? Sabendo-se que, como consequência de todos esses quilómetros que nos impõe, somos vítimas de acidentes que trazem consigo morte e sofrimento.
Até quando vão permitir que os nossos familiares – presos políticos – estejam encarcerados a centenas de quilómetros das suas casas, isolados, e em condições infra-humanas?
Até quando vão permitir que os nossos familiares não sejam postos em liberdade, apesar de terem cumprido as penas impostas? E que haja presos políticos europeus que estão há mais tempo na prisão que o próprio Nelson Mandela? Joxe Mari Sagardui Moja cumprirá 28 anos de encarceramento em Julho próximo. Para além disso, são mais de 40 os presos políticos bascos que estão na prisão há mais de 20 anos, nas condições de vida mais duras.
Até quando vão permitir que os nossos familiares – presos políticos bascos gravemente doentes – continuem presos e sem a assistência sanitária adequada?
Viemos perguntar aos responsáveis políticos até quando vão permitir tudo isso aos mandatários espanhóis e franceses.”

Para a leitura completa da conferência (em castelhano): Etxerat
Fontes: Gara e Etxerat