Pessoas que, em algum momento das suas vidas, foram julgadas, multadas, encarceradas por participarem em diferentes tipos de lutas e reivindicações juntaram-se hoje em Bilbo para manifestarem a sua solidariedade a Iñaki Montes, que será julgado quinta-feira por protestar contra a vinda de representantes da Troika a Bilbo, e a Alexis Rodríguez e David González, que serão julgados dia 29 por terem lutado pelos seus postos de trabalho.
Na conferência que hoje teve lugar na capital biscainha, frente ao Tribunal Superior de Justiça do País Basco, os presentes afirmaram que conheceram a repressão, sob diferentes formas, «por participarem em piquetes de greve, lutarem por outro modelo económico-social e na defesa dos seus postos de trabalho, lutarem pelos direitos dos trabalhadores, dos estudantes e da juventude». Por isso e tendo em conta os processos judiciais movidos contra Iñaki, Alexis e David, têm uma mensagem clara: «Geuk ere berriro egingo genuke!», «Nós também o voltararíamos a fazer!»
Na ocasião, expressaram a sua solidariedade a Iñaki Montes, Alexis Rodríguez e David González, que serão julgados nos próximos dias e que podem apanhar pesadas penas de prisão, e pediram às pessoas que participem nas mobilizações convocadas em seu apoio, como a que terá lugar no próximo domingo, 27, em Markina-Xemein, às 13h00.
Repressão sobre quem luta
Também procederam à leitura de uma declaração, na qual denunciaram o modo como o neoliberalismo, «com a desculpa da crise», pôs em marcha um ciclo de reformas que têm como alvo os trabalhadores, a juventude e as mulheres, «com o único propósito de enriquecer ainda mais» as elites.
É um modelo que se sustenta na precariedade: «Não se baseia na sustentabilidade, na distribuição da riqueza; pelo contrário, assenta na precariedade da classe trabalhadora», afirmaram.
Como as elites económicas e políticas sabem que não podem levar a cabo estas transformações sem a resistência da sociedade e a luta dos trabalhadores, então recorrem à repressão contra quem luta e defende o futuro das novas gerações.
É neste contexto – afirmaram – que se deve situar os processos judiciais e os pedidos de prisão que visam Iñaki, Alexis e David. Nele «convergem as elites económica e política: o patronato pede, a elite política aprova e o Ministério Público cumpre».
Face a esta situação, defenderam o direito de Euskal Herria a lutar pelo seu próprio modelo e pelo seu futuro. «Só um povo que se organiza pode alcançar os seus objectivos», salientaram. / Mais info: LAB e alexistadavidlibre.wordpress.com
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Contra a repressão ao serviço do capital, solidariedade com a luta dos trabalhadores
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