quarta-feira, 23 de julho de 2014

A política de dispersão provocou mais um acidente, o oitavo deste ano

A associação Etxerat deu hoje uma conferência de imprensa em Donostia, frente à oficina onde se encontra a carrinha dos voluntários da Mirentxin que na madrugada de sábado, 19, sofreu um acidente. Depois de ter percorrido os 700 quilómetros que separam Euskal Herria de Villena (Alacant, Países Catalães), quase a chegar à prisão, a viatura embateu numa parede. Uma viagem, como tantas outras, feita de noite, porque as visitas são de manhã e as distâncias a percorrer são enormes, destacou a Etxerat. Felizmente, desta vez nenhum dos seis ocupantes ficou ferido.

Os membros da associação informaram que se trata do oitavo acidente ocorrido este ano com familiares ou amigos de presos políticos bascos. Oito acidentes em 200 dias, o que dá uma média «assustadora e cruel» de um acidente a cada 25 dias.

A Etxerat sublinhou ainda que a dispersão não pára: dos 472 presos bascos encarcerados, 196 encontram-se em cadeias localizadas a distâncias que variam entre os 1100 e os 800 quilómetros do País Basco. «A medida não faz mais que gerar sofrimento, e constitui ainda uma violação dupla de direitos: do preso – cujos direitos são violados de forma sistemática – e dos familiares, punidos pelo facto de o serem». / Ver: Berria e etxerat 1 e 2

PROTESTO CONTRA DETENÇÃO DE JOKIN ARANALDE
Cerca de 50 pessoas juntaram-se na segunda-feira, 21, frente ao Consulado espanhol em Baiona para protestar contra a detenção e extradição de Jokin Aranalde. Na mobilização, estiveram vários representantes dos agentes políticos e sociais que integram o colectivo Ni ere banoa, bem como alguns refugiados políticos. Membros do colectivo deixaram uma carta no Consulado dirigida a Rajoy; também era sua intenção deixar uma carta na Subprefeitura de Baiona dirigida a François Hollande, mas tal não foi possível.

O refugiado político Jokin Aranalde foi detido em Lapurdi e extraditado de imediato na quinta-feira à tarde, dia 17. Neste momento, encontra-se em situação de isolamento na cadeia de Soto del Real (Madrid). De acordo com a sua advogada, Ainhoa Baglietto, o processo do porta-voz do Colectivo de Refugiados Políticos Bascos deverá ser encaminhado para um julgamento sumário [«berehala»]. / Ver: kazeta.eus e naiz.eus