sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sanferminak 2014: Txupinazo anti-prisional com pressão policial e ataque «incontrolado»

Mais uma vez, o início das festas de San Fermin ficou marcado pela acção da Salhaketa Nafarroa e da Subeltz junto aos muros da prisão de Iruñea, em protesto contra o sistema penitenciário. A Polícia voltou a acossar os participantes na iniciativa, e o pneu de um dos carros dos manifestantes foi furado à navalhada.

Com esta iniciativa, já habitual a cada 6 de Julho, ambas as organizações, que partem do pressuposto de que a prisão não serve para ajudar a reintegrar as pessoas, quiseram levar a festa aos que estão atrás das grades, aproximando-os de algo «tão nosso como são os sanfermines».

Por volta das 11h00, os participantes na iniciativa encaminharam-se para uma ladeira próxima da cadeia e deram início à acção, pondo música, gritando palavras de ordem de apoio aos presos, enquanto almoçavam. Ao meio-dia, coincidindo com o txupinazo na Praça do Município de Iruñea, lançaram um foguete, no meio de «vivas e expressões de incentivo, que vinham de dentro e de fora da prisão, num ambiente animado», diz a Salhaketa num comunicado.

Tudo parecia correr bem, até que, pelas 13h00, apareceram três furgões com agentes do corpo de intervenção da Polícia espanhola, que os identificaram, revistaram e retiveram mais de meia hora, expulsando-os do local em seguida. «Para além deste abusos injustificáveis, o chefe da operação pôs-se a imitar galinhas a cacarejar, de forma provocadora, quando estávamos a ser corridos do local, tendo de ser acalmado pelos seus próprios colegas», afirma-se na nota.

Mais grave ainda foi o facto de o pneu de um dos carros dos participantes no txupinazo ter sido furado à navalhada enquanto decorria a acção; de acordo com os convocantes, «as únicas pessoas que passaram pelo caminho onde estiveram os carros naquelas três horas foram os agentes do corpo de intervenção».

É a segunda vez que a iniciativa é reprimida com violência pela Polícia, depois de no ano passado os participantes terem sido mesmo espancados. «Com a intimidação, não nos conseguirão demover de exercer a solidariedade com os presos», afirma a Salhaketa. / Ver: ahotsa.info