A Coordenadora para a Prevenção e Denúncia da Tortura (CPDT) quer que sejam tomadas medidas para fazer frente aos casos de tortura e maus-tratos que ocorrem no Estado espanhol; pediu também sanções para Madrid e Marrocos por causa daquilo que se está a passar na «fronteira sul».
Numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira, 21, no Colégio de Advogados de Barcelona, o advogado e porta-voz da CPDT na Catalunha, Andres García Berrio, considerou fundamental a pressão internacional e a imposição de sanções ao Estado espanhol e a Marrocos, por parte da UE, para travar os maus-tratos e a devolução imediata de imigrantes, revelou a Directa.
A conferência de imprensa precedeu as jornadas que a CPDT organizou na capital catalã, este fim-de-semana, no âmbito do seu décimo aniversário.
«O Estado espanhol não faz os "deveres" para evitar as torturas, nem mostra interesse em pôr fim à situação», denunciou García Berrio, que exigiu também o fim do regime de detenções incomunicáveis, pois é aquele em que se verificou o maior número de denúncias de torturas.
O porta-voz da CPDT a nível do Estado, Jorge del Cura, afirmou que as denúncias de torturas e maus-tratos têm aumentado «sem parar». «Nos dez anos de existência da Coordenadora, foram registadas 6621 denúncias de tortura e 833 mortes sob custódia. As condenações não superaram as 752, metade das quais por contravenções, e não crimes».
Del Cura lamentou ainda o elevado número de indultos concedidos a polícias condenados por tortura. / Ver: argia