Foi a 19 de Março de 2011 que forças militares francesas, britânicas e norte-americanas, à frente de uma ampla coligação internacional, iniciaram uma intervenção militar na Líbia. Poucos dias depois, a NATO passou a assumir o comando das operações, que se prolongaram até 31 de Outubro desse ano, consumado que estava o assassinato do chefe de Estado, Muammar Khadafi.
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Essa manipulação, levada a cabo por meios de comunicação social sob controlo do «partido da guerra» e do imperialismo, teve um papel crucial na criação de uma «barragem de mentiras», martelando a versão oficial das potências agressoras de que «um levantamento popular pacífico» fora bombardeado pelas forças do Estado líbio.
Evitando essa «barragem», ambos os textos, tal como o de Carlos Lopes Pereira, acima referido, deixam claro que se tratou de uma guerra de agressão, cujos objectivos passaram pelo derrube do regime de Khadafi, a destruição do Estado líbio e o saque às imensas riquezas e recursos do país: as dezenas de milhares de milhões de dólares do seu fundo soberano, as enormes reservas de petróleo, de gás e recursos aquíferos, entre outras.
De acordo com os dados divulgados pelas Nações Unidas em 2010, a Líbia era o país com maior Índice de Desenvolvimento Humano no continente africano e, pese embora as contemporizações de Khadafi face às potências imperialistas, afirmava-se como um Estado soberano, laico e independente, desenvolvendo uma política pan-africana e relações externas que eram diversas dos interesses do imperialismo, como salienta Lopes Pereira. (Abril)