[De Maurício Castro] Chama a atençom que seja precisamente a esquerda a que cada vez mais reproduza a tralha ideológica burguesa e analise o que acontece na sociedade precisamente em termos de indivíduos e relaçons interpessoais «um a um»: políticos honrados ou corruptos, milionários filantropos ou gananciosos, empresários produtivos e banqueiros parasitas... e o que é mais grave, assumindo como inevitável a extrema fragmentaçom da própria classe trabalhadora numha infinita variedade de interesses particulares que impedem que exerça também em bloco o papel que lhe corresponde, como única criadora de toda a riqueza social: transformar o mundo, fazendo-o avançar.
Seria conveniente, em definitivo, deixarmos de engolir o discurso dominante, que todo o traslada ao ámbito do individualismo, da moral e das relaçons interpessoais, onde a compreensom do que acontece à nossa volta é impossível.
Essa compreensom, imprescindível para aspirar a umha transformaçom revolucionária do mundo, só virá de análises críticas, categoriais e de classe. No fim das contas, nós nom queremos a morte biológica deste ou daquele burguês: queremos o fim histórico da burguesia. (Diário Liberdade) [em castelhano: BorrokaGaraiaDa]