[De José Goulão] O que as tropas da NATO fazem no Mali, ao serviço «da União Europeia» e defendendo interesses específicos do neocolonialismo francês, é supostamente estabilizar um regime político que garante a exploração, a exportação e o contrabando de ouro do terceiro maior produtor africano deste metal precioso. Tal como acontece em relação aos diamantes da República Centro-Africana.
Basta consultar as estatísticas para se apurar que a produção, a exportação e o contrabando de ouro do Mali cresceram exponencialmente com a intervenção militar «da União Europeia». Principalmente o contrabando, funcionando com base na mais cruel e insensível exploração infantil, e cuja envergadura se pode avaliar por este facto: só o ouro maliano que entra anualmente nos Emirados Árabes Unidos excede em muito a produção oficial reconhecida pelo governo do Mali, o que leva a supor que este país funciona também como placa giratória do contrabando aurífero realizado em nações adjacentes. (Abril)