segunda-feira, 14 de agosto de 2017

«Um nazi bom é um nazi morto»

[De António Santos] Apesar de, nos EUA, o terrorismo fascista matar anualmente mais pessoas que o terrorismo islâmico, um atentado só é considerado terrorista quando o perpetrador é muçulmano. Não sendo possível confirmar a religião, classifica-se o responsável de louco, simples homicida ou, como neste caso, mau condutor. Trump foi mais longe e condenou a «violência de todos os lados», colocando em pé de igualdade a turba nazi que assassinou três pessoas e as suas vítimas.

Mas o que aconteceu ontem na Virgínia não foi o epifenómeno raro e inconcebível de que se está a falar, como se se tratasse do rebentamento de uma bomba confederada por detonar. É assim todos os anos, e todos os anos é cada vez pior, porque se insiste em não ver o fascismo como aquilo que ele é: não um produto directo do «ódio», da «ignorância» ou da «loucura», mas um recurso extremo e calculado de capitalistas assustados. (Abril)