[De José Goulão] Trump, sem dúvida um homem do establishment, surgiu com promessas de reactivação da economia interna e repôs as velhas fontes energéticas no topo das prioridades. Num ápice comprou duas guerras: uma com o inultrapassável lobby da guerra, inconformado com uma hipotética desactivação de frentes militares externas; e outra com os ascendentes sectores das energias renováveis.
Noutro ápice, ao aperceber-se do alto preço a pagar por esses desgastantes conflitos internos, o magnata-presidente inverteu o rumo, virou-se para as guerras externas de modo a satisfazer os falcões e os negociantes da morte; e enveredou pela garimpagem mundial de matérias-primas, ao mesmo tempo que se descartava – e continua a fazê-lo – dos conselheiros e colaboradores que foram as suas primeiras e segundas escolhas de estratégias que nasceram ilusórias e logo se tornaram perigosas.
Ainda assim, a «guerra civil» continua, enredando sectores sociais e populares bem intencionados que não passam de carne para canhão porque nesse confronto apenas se dirimem grandes interesses que em nada lhes dizem respeito, a não ser para os subjugar.
Profundas contradições capitalistas e uma cultura de guerra instalada criaram o ambiente do qual surgiu a terrível Primeira Guerra Mundial. Hoje, porém, o estado de desenvolvimento das forças capitalistas, o seu desprezo pelas fronteiras e as capacidades letais dos aparelhos de guerra multiplicam exponencialmente os riscos de há cem anos.
No cenário actual de cultura de guerra não é possível detectar um único bom prenúncio. (Abril)
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
«Cultura de guerra»
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