
Centenas de pessoas vieram ontem para as ruas de Amurrio, terra natal de Alfredo Remírez, para se despedir do seu conterrâneo, que tem um ano de cadeia pela frente. Alfredo é a primeira pessoa a ter de cumprir pena como consequência das operações policiais conhecidas como «Operação Aranha», dirigidas contra usuários das redes sociais por causa das suas ideias políticas.
Note-se que Alfredo já possuía antecedentes penais por ter mostrado, nas festas de Amurrio, um boneco de cartão a representar um preso, denunciando assim a política de dispersão. Esta pena estava suspensa, mas, ao ser condenado no âmbito da Operação Aranha, Alfredo Remírez vai ter de a cumprir.
A manifestação, muito participada, partiu às 19h30 da Praça de Amurrio, sob o lema «Azken izan dadila» (que seja o último). Ao longo do percurso ouviram-se palavras de ordem como «Erre Harria, libre nahi dugu!», «Alfredo, maite zaitugu» ou «Adierazpen askatasuna».
No final, teve lugar um acto político, em que participaram muitos amigos, colegas e familiares de Alfredo. Este foi o último a intervir. «Não me calarei; como me vou calar quando há presos como Ibon Iparragirre que estão a morrer na cadeia e o ministro diz que só o libertará quando lhe restarem dois meses de vida?», disse.
Alfredo Remírez agradeceu todas as expressões solidariedade e lembrou que isto não é um adeus, é um «até logo». / Ver: lahaine.org / VÍDEO aqui