[De Abril] Horrorizados com o que viram, os soviéticos, vindos da frente ucraniana, designaram o complexo de Auschwitz como a «Fábrica da Morte». A este propósito, são de fácil acesso as leituras que nos indicam que, na altura da libertação, havia no campo uns 7000 prisioneiros – sobreviventes de um total de, pelo menos, 1 300 000 que ali foram assassinados, entre 1940 e 1945. As mesmas fontes – comuns – nos dizem que foram poucos os que conseguiram escapar ou sobreviver às câmaras de gás, aos fornos crematórios, ao trabalho escravo, às torturas, à fome, ao frio, às doenças e às experiências macabras em que eram cobaias.
Menos habitual é encontrar registos como o de Rui Paz, em «A Libertação de Auschwitz», a lembrar-nos que, naquele complexo de três campos, «tudo era financiado pelo Deutsche Bank, cuja direcção se encontrava representada na IG FarbeBayer, empresa beneficiária do trabalho escravo e fornecedora do Zyklon B, o gás da morte com que os prisioneiros considerados inaptos para trabalhar eram asfixiados».
Não é demais recordar tal lembrança, a propósito de Auschwitz e da sua libertação. Como não vem a despropósito recordar o enorme sacrifício da União Soviética com a guerra levada a cabo pela Alemanha de Hitler (mais de 20 milhões de mortos) e o grande, decisivo contributo dado pelo Exército Vermelho para a derrota do nazi-fascismo – desde o início sujeitos a campanhas de enredo e descentramento. O capital, com seu hollywood, deslocou, quase em exclusivo, os heroísmos mais para ocidente. (Abril)
sábado, 27 de janeiro de 2018
«Lembranças – a propósito da libertação de Auschwitz»
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