terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dezenas de pessoas protestam contra o julgamento de um habitante de Lizartza


Cerca de 150 pessoas manifestaram-se ontem em Lizartza para protestar contra o julgamento que levará hoje ao banco dos réus um morador da localidade guipuscoana, Peio Olano, para o qual o magistrado da acusação solicita seis anos de prisão, acusado de ameaçar de morte a autarca, Regina Otaola (PP), quando esta presidia ao içar das bandeiras espanhola, basca e local no varandim da sede municipal, no dia 7 de Setembro de 2007.

Os factos pelos quais se pretende julgar este cidadão basco tiveram lugar quando Otaola presidiu ao içar das três bandeiras, por ocasião do início das festividades de Lizartza, protegida por um importante contingente de guarda-costas e agentes da Brigada Móvel da Polícia autonómica.

Ao mesmo tempo que a autarca imposta* participava nesse acto, um grupo considerável de moradores concentrou-se em jeito de protesto, insurgindo-se contra a autarca e os seis edis do PP que constituem a Vereação municipal graças à ilegalização das candidaturas da esquerda abertzale por parte dos tribunais espanhóis.

A Ertzaintza abriu então diligências policiais contra duas das pessoas que ali se encontravam, a uma delas por “ameaçar verbalmente de morte a autarca”, ao ter supostamente gritado “vais morrer”, e contra a qual Regina Otaola formalizou uma denúncia na esquadra.

Dez anos de desterro
No julgamento que decorrerá amanhã na Audiência Nacional contra Olano, o magistrado da acusação pedirá que, além da pena de prisão, o tribunal o proíba de se aproximar de Otaola e de voltar ao lugar onde ocorreram os factos durante um período de dez anos a contar desde a sua libertação.

O magistrado reclamará ao acusado uma indemnização de 24 000 euros para Otaola “pelos danos morais sofridos” em virtude dessas ameaças. A justificação para o pedido da acusação [seis anos de prisão, dez anos de desterro e 24 000 euros de indemnização] é a de que Olano queria “assustar gravemente a autarca”.

Fonte: Gara

* Convém não esquecer que esta senhora arrebatou o município de Lizartza depois de ter alcançado 27 votos nas urnas, uma imensa minoria face aos 142 votos em branco e aos 186 votos nulos que se registaram após a ilegalização da lista da EAE-ANV. Mais um episódio de lesa-democracia e de fascismo aplicado ao País Basco.