A esquerda abertzale prestou uma homenagem singela ao médico Esteban Muruetagoiena, falecido há trinta anos depois de ter passado dez dias incomunicável em poder da Guarda Civil. Na ocasião, Pernando Barrena referiu que a força da maioria política, sindical e social basca «não permitirá que ninguém boicote o processo» agora em marcha.
O dirigente da esquerda abertzale Pernando Barrena salientou que a «força» da maioria política, sindical e social basca está «a mudar as coisas no nosso país» e não irá permitir «que ninguém coloque entraves e boicote o processo iniciado». Mostrou-se ainda convencido de que esta maioria conseguirá «o sim» dos que se opõem ao diálogo, porque «os discursos do passado já não têm validade».
Barrena proferiu estas declarações num acto realizado na Câmara Municipal de Oiartzun (Gipuzkoa) em memória do médico Esteban Muruetagoiena, falecido há 30 anos na sequência das torturas e maus tratos infligidos no período de detenção pela Guarda Civil.
O representante abertzale afirmou que o Estado espanhol «recorreu e continua a recorrer à tortura como arma política» e criticou o facto de «PSOE, PP e PNV não terem interesse em contar uma parte da história, que diz respeito à verdade da tortura», tendo considerado que «o povo também tem de conhecer esta verdade».
Para além da tortura, salientou também a necessidade de se acabar com «as detenções, os encarceramentos, as leis de excepção, os tribunais de excepção como a Audiência Nacional, as sentenças de excepção». «É este o caminho que este povo quer percorrer, é este o caminho que começámos a trilhar com o propósito de alcançar um cenário democrático para o nosso país», acrescentou.
Neste sentido, afirmou que contam com «dois grandes aliados»: o povo basco, que é «o actor principal disposto a mobilizar-se, a caminhar, a levar as coisas para a frente», e a comunidade internacional, que «insiste na ideia de que a linguagem da rendição é inútil, que o esquema vencedores-vencidos não pode trazer nada de bom a ninguém». / Notícia completa: Gara
II Fórum Cívico contra a Tortura
Crónica: «Los gritos de Esteban Muruetagoiena, resuenan aún treinta años después», de Ainara LERTXUNDI (Gara)