A Endesa e a Iberdrola mantiveram negociações com o Ministério de Indústria, Energia e Turismo sobre a possibilidade de estabelecer um período de vida útil de 60 anos para o conjunto das centrais nucleares. Subjacente a esta negociação está a tentativa de manter activa a perigosíssima central nuclear de Garoña.
Na terça-feira, o vice-presidente da Sociedad Nuclear Española e director-geral da Iberdrola Generación Nuclear, Francisco José López García, sublinhou que, relativamente a Garoña, «irá manter em aberto todas as possibilidades» enquanto o Governo não decretar uma autorização de pré-desmantelamento. Este pré-desmantelamento é a linha vermelha a partir da qual «será muito difícil voltar atrás», porque as condições de operação já não serão as mesmas, disse. «A situação tornar-se-á então muito mais irreversível», afirmou.
Acebes, ex-ministro do PP, é actualmente conselheiro da Iberdrola, empresa acarinhada pelo PNV e pelo Governo de Lakua. No ano passado ganhou 216 000 euros. Obviamente, mantém boas relações com o actual governo de direita do PP em Madrid, e a jogada parece clara: manter em funcionamento a central nuclear de Garoña, obsoleta e perigosa, e que põe em causa a segurança de milhares de pessoas, ameaçando cidades como Gasteiz ou Bilbo.