Tutera, Sakana e Enkarterri são, por esta ordem, as três comarcas com mais elevado índice de desemprego actualmente em Euskal Herria. A preocupação dos seus habitantes aumenta e reflexo disso são as múltiplas iniciativas que diversos sectores estão a levar a cabo para exigir a permanência das empresas nas comarcas e a implementação de políticas de emprego que travem os processos de desindustrialização.
Manifestação em Tutera (Nafarroa)
Ontem, Tutera foi palco de uma manifestação convocada pelo sindicato LAB na qual cerca de 150 pessoas desafiaram o frio para exigir uma mudança social numa comarca em que, desde Janeiro, há mais de 10 000 desempregados.
Depois de percorrerem as ruas do centro da cidade navarra sem pararem de gritar contra o desemprego, os cortes, os despejos, os bancos e os responsáveis políticos pela actual situação, os manifestantes juntaram-se na Praça de São Jaime, onde Ramón Lacalzada, em representação do LAB, disse que aquilo que hoje está em causa «é a mudança que queremos. A do capital, assente na subordinação e que nos leva à miséria e à liquidação dos nossos direitos, ou a mudança que o povo quer e de que precisa, assente na capacidade de decisão e que nos conduzirá até à liberdade e à igualdade».
Greve em Sakana (Nafarroa)
Outra das comarcas navarras mais fustigadas pelo desemprego, Sakana, viverá na próxima quinta-feira, 28, uma jornada de greve geral convocada perante a situação de «emergência» que vive este eskualde, particularmente castigado por uma crise económica que levou ao encerramento de dezenas de empresas e triplicou o número de pessoas no desemprego em relação a 2008.
A greve, promovida pelas centrais sindicais LAB, EHNE, ESK e STEE-EILAS, terá como lema «Sakana não fecha! A UPN rouba-nos o futuro!», e recebeu já o apoio de dezenas de colectivos sociais e culturais, das forças políticas Ezker Abertzalea, Geroa Bai, Bildu, Aralar, PSN de Altsasu e IU, de instituições como Sakanako Mankomunitatea e Sakanako Garapen Agentzia, e dos municípios de Uharte Arakil, Lakuntza, Arbizu, Etxarri Aranatz, Bakaiku, Iturmendi, Altsasu e Olazti.
Manifestação em Aiaraldea (Araba)
Os números preocupantes do desemprego abrangem também as comarcas alavesas da Lautada e de Aiaraldea, onde esta sexta-feira se realizou uma manifestação convocada pela Aiaraldeko Plataforma – composta por sindicatos, colectivos sociais e comerciantes, entre outros - e que contou com o apoio de uma vintena de comités das principais empresas da comarca.
De acordo com os dados facultados pela plataforma, o desemprego fustigou os três principais centros urbanos de Aiaraldea. Em Janeiro, Laudio atingiu a taxa de 20,2%, crescendo de forma exponencial nos últimos trimestres. Em Amurrio, passou de 12,3% em 2010 para 17% em Janeiro último e em Urduña, de 12,3% para 16,9%.
Marcha em Enkarterri (Bizkaia)
Centenas de pessoas manifestaram-se ontem à tarde, sob um intenso nevão, entre a Câmara Municipal de Zalla e a localidade de Gueñes para protestar contra a situação que se vive na empresa Virtisú, sem actividade desde Dezembro e cujos trabalhadores têm já seis meses de salários em atraso.