O I Congresso do Sortu aprovou uma resolução sobre a situação internacional e outra referente a Euskal Herria na qual traça com clareza a sua linha de acção. Aposta nas alianças políticas e na formação de «um Bloco Nacional Popular a favor da independência com sectores e agentes de diverso tipo». Às alianças criadas nos últimos anos, somar-se-ão «outros acordos tácticos que possam estabelecer-se em torno do direito a decidir».
«O Sortu nasceu para fazer e levar a fazer. O Sortu também nasceu para criar. As melhores condições políticas e sociais também se podem deitar a perder se não houver organização e luta popular. Queremos fazer a revolução», lê-se na resolução aprovada, em que se acrescenta que esta revolução diz respeito tanto ao âmbito nacional como ao social.
«A todos aqueles que com partidarismos e exigindo contas aos demais querem deter em dinâmicas fúteis a oportunidade histórica que temos entre mãos, queremos dizer-lhes que seguimos em frente. E para tal devemos construir um cenário de mínimos sem violência, desactivando as medidas de excepção e as agressões de todo o tipo», acrescenta a resolução, aprovada sem um único voto contra.
Hasier Arraiz foi confirmado como primeiro presidente do Sortu no I Congresso do partido. O cargo de secretário-geral não foi ocupado, uma vez que a militância decidiu reservá-lo para Arnaldo Otegi, actualmente na prisão. Arraiz, nasceu em Gasteiz em 1973, estudou Filologia Românica, foi «insubmisso», membro da Jarrai, do Herri Batasuna, esteve dois anos e meio na prisão e agora assume esta responsabilidade. É também deputado do EH Bildu no Parlamento de Gasteiz.
Arraiz encerrou o Congresso do Sortu com o seu primeiro discurso como presidente, que começou com uma saudação muito afectuosa aos familiares dos presos, pedindo-lhes que a levem até ao interior das prisões. Falou de um futuro repleto de desafios para o Sortu, mas com uma missão principal: construir o «poder popular» que conduza Euskal Herria até à soberania.
Acompanhado pelos restantes membros da primeira Direcção do Sortu, Arraiz recorreu à metáfora de uma piscina – ou melhor, de duas – para afirmar que nos últimos 30 anos o sistema autonómico construiu dois espaços que foi adornando continuamente para os cidadãos bascos, sem reparar que «nós temos os olhos postos no mar aberto. Precisamos de um mar de soberania para Euskal Herria, e dar voltas em redor da piscina do quadro autonómico esgotado não faz qualquer sentido, é perder tempo. Essa é a verdadeira pugna que existe hoje em dia no mundo nacionalista».
Um Conselho Nacional formado por 22 membros
Quanto aos restantes cargos do Sortu, Idoia Aiastui será responsável de Organização; Juan Joxe Petrikorena, de Comunicação; Marisa Alejandro, de Finanças; Maite Ubiria, de Relações Internacionais; Marije Fullaondo, de Luta de Massas; Iosu Lizarralde, de Luta Ideológica; Joseba Permach, de Luta Institucional; Rufi Etxeberria, de Resolução do Conflito. São acompanhados por três porta-vozes: Amaia Izko, Pernando Barrena e Xabi Larralde.
Os responsáveis por zonas serão Juan Kruz Aldasoro (Nafarroa), Joxean Agirre (Gipuzkoa), Txus Martínez (Araba), Maribi Ugarteburu (Bizkaia) e Jean-François Lefort (Ipar Euskal Herria). Completam o Conselho Nacional Miriam Campos, Iker Lizarralde, Oihane Zabala, Unai Berrostegieta e Bixente Goikoetxea, Willy. / Ramón SOLA / Fonte: naiz.info / VER: Berria e Gara
Vídeo: Primeiro Congresso do Sortu, em Iruñea (naiz.info)
Fotos: Acto político no Pavilhão Anaitasuna, em Iruñea (naiz.info)