Os sindicatos ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE, Hiru, CGT-LKN e CNT e 55 grupos sociais do País Basco Sul convocaram uma manifestação para dia 16 de Março em Bilbo. Partirá às 17h30 da Praça do Sagrado Coração, e nela vai exigir-se «um novo modelo social e económico», a alternativa que avançam contra governos que «só apostam nos cortes e na austeridade». Ontem, em conferência de imprensa na sede do ELA, afirmaram que «os dados e a realidade mostram que as políticas de cortes não nos estão a fazer sair da crise, antes pelo contrário; o que se pretende é aniquilar direitos conquistados após longos anos de luta».
O secretário-adjunto do LAB, Jabi Garnika, disse que no dia 12 de Março o Governo de Gasteiz, nas mãos do PNV, vai apresentar um orçamento que «contará com a oposição dos sindicatos e dos colectivos sociais, porque Ajuria Enea mudou de inquilino mas a política é a mesma: mais cortes sociais»; deixou claro que os direitos sociais e laborais são «linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas».
Para o representante do LAB, «a alternativa passa por um modelo social e económico baseado na distribuição da riqueza e do trabalho. Há que pôr a economia ao serviço das pessoas»; acrescentou que «há dinheiro, o que não há é vontade política de distribuir a riqueza de forma equitativa com uma política fiscal progressiva e justa. Não querem meter a mão no bolso dos grandes lucros e das empresas, nem têm vontade de acabar com a fraude fiscal».
Adolfo Muñoz, Txiki, secretário-geral do ELA, destacou a necessidade da mobilização social e disse que «o debate fundamental e central é o da fiscalidade». Para o líder do ELA, «os governantes acham bom o novo negócio da dívida pública e aceitam o pagamento prioritário de 38 000 milhões aos especuladores no Estado espanhol, e opõem-se às exigências sociais».
Neste sentido, acusou Iñigo Urkullu e Yolanda Barcina de «copiar e colar» as medidas de cortes de Madrid, mas avisou-os que «esta agenda traz consigo mais desemprego e pobreza». O ELA entende que essa posição de aceitação dos planos do Governo espanhol do PP faz parte do «neocentralismo» e disse que «um corte de 1200 milhões no orçamento de Urkullu para 2013 irá gerar desemprego e pobreza».
Muñoz acrescentou que, face «a esta política injusta, só nos resta a desobediência na defesa do emprego, dos salários; do público, contra as privatizações; em defesa das prestações sociais». / Juanjo BASTERRA / Ver: Gara