Já passaram cinco anos desde que cinco jovens de Burlata (Nafarroa) foram detidos numa operação policial decretada por um juiz da Audiência Nacional espanhola. «Utilizando os depoimentos arrancados sob tortura» aos jovens, depois de passarem cinco dias incomunicáveis, o juiz deu-lhes ordem de prisão. Isto ocorreu em 2007, e, na sequência destes factos, alguns dos jovens passaram mais de um ano em prisão preventiva; saíram em liberdade condicional depois de pagarem milhares de euros de fiança. Desde então, são obrigados a apresentar-se todas as semanas em tribunal e estão impedidos de sair do Estado espanhol. Estiveram seis anos a aguardar pela realização do julgamento, que terá lugar nos dias 18, 19 e 20 de Fevereiro.
Agora, tendo por base os depoimentos em que se deram como culpados e incriminaram terceiros nos calabouços das esquadras, David, Aitor, Iñaki, Iñigo e Jotas (este encontra-se actualmente numa prisão francesa por questões não relacionadas com este processo e será julgado mais tarde) enfrentam penas que ultrapassam os 53 anos de prisão e os 50 000€ por danos e prejuízos, no âmbito de mais «uma tentativa, por parte do Estado, de criminalização do compromisso político da juventude basca», denuncia o Eleak.
Para o movimento de defesa dos direitos civis e políticos, este tipo de julgamentos «evidencia a atitude negativa do Estado relativamente ao processo de paz» iniciado em Euskal Herria. «Ignorando a vontade dos milhares que no passado 12 de Janeiro encheram as ruas de Bilbo e a opinião da maioria deste povo sobre o novo cenário criado em Euskal Herria, continua ancorado à sua estratégia repressiva». E a prova disso é, para o Eleak, a detenção dos três jovens de Oarsoaldea, para que cumpram 6 anos de prisão, depois de terem sido condenados «pela sua militância política».