segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Homenagens às vítimas do fascismo em Otsoportillo e Donostia

Centenas de pessoas participaram ontem na homenagem tributada em Otsoportillo, na serra de Urbasa (Nafarroa), às vítimas do levantamento fascista de 1936. A homenagem, organizada desde 1980 pela associação de familiares de fuzilados de Sakana e pelo Município de Etxarri Aranatz, tem lugar no primeiro domingo de Setembro, para manter viva a memória daqueles que foram mortos por se oporem aos golpistas.

Estima-se que cerca de 200 pessoas, algumas das quais com vida, tenham sido atiradas pelos fascistas para uma cova transformada em vala comum e junto à qual existe hoje uma escultura em sua memória (que já foi alvo de vários ataques). Operários, sindicalistas, autarcas e vereadores progressistas, e funcionários foram alguns dos fuzilados atirados para a cova.

No acto de ontem, que tinha por lema «Faxismoaren aurka, oroimenaren alde» [contra o fascismo, em defesa da memória], participaram, entre outros, José Ignacio Bakaikoa Aristorena (autarca de Etxarri Aranatz) e Sabino Cuadra Lasarte (deputado da Amaiur). Houve também um aurresku de honra e, antes do final, cantou-se o «Eusko Gudariak», o «Himno de Riego» [hino da república espanhola] e «A las barricadas» [canção popular dos anarquistas na Guerra de 36]. / Ver: Gara e SareAntifaxista  

HOMENAGEM EM DONOSTIA a García Ripalda, morto pela Polícia em 1975
No sábado, dezenas de pessoas participaram, no bairro donostiarra de Gros, num acto público em memória de Jesusmari García Ripalda, morto pela Policía franquista no dia 31 de Agosto de 1975.

O acto, organizado por pessoas próximas de Ripalda e por habitantes do bairro, realizou-se ao meio-dia junto ao local onde García Ripalda, de 23 anos, foi morto: Ripalda segurava a faixa numa manifestação quando «o polícia Lestón encostou a pistola ao seu corpo, disparando-a depois de lhe prender um braço», recordaram na cerimónia.
O relatório médico do Hospital Militar de Atotxa, para onde foi levado, passou a certidão de óbito, referindo que a morte tinha sido provocada por «anemia» e «paragem cardíaca».

Os factos deram-se quando o jovem militante do EMK (Euskal Mugimendu Komunista) tomava parte numa das muitas manifestações que então se realizaram em Euskal Herria contra as sentenças de morte decretadas pelas autoridades franquistas contra Ángel Otaegi e José Antonio Garmendia, Tupa (Juan Paredes Manot, Txiki, foi condenado mais tarde, também nesse ano, num outro conselho de guerra). (Gara)