Como é do conhecimento público, a Audiência Nacional espanhola marcou para 18 de Novembro a audiência oral das quatro pessoas acusadas de atirar tartes de merengue a Yolanda Barcina em protesto contra o TGV. Antes do julgamento, a associação Mugitu! lança uma campanha solidária com os arguidos.
O Mugitu! anunciou esta terça-feira, numa conferência de imprensa que decorreu na capital navarra, uma campanha solidária de apoio aos quatro activistas que, no dia 18 de Novembro, serão julgados na AN espanhola. O Ministério Público pede cinco anos de cadeia e uma multa para cada um dos «tartalaris». A acusação particular que representa Yolanda Barcina pede, para além de multas, seis anos de prisão para três deles e nove anos para outro, porque, de acordo com a presidente do Executivo foral, sendo o dito vereador de uma localidade navarra de 114 habitantes, se «valeu da sua condição de autoridade» para a conseguir «entartar».
A AN espanhola marcou a data do julgamento apesar de ainda não estar resolvida a questão do recurso apresentado pela defesa junto do Supremo Tribunal. Para além disso, o advogado dos activistas do Mugitu! pediu a anulação do julgamento, argumentando que o tribunal competente é o de Toulouse, local onde a acção de protesto se realizou, e que se trata de uma «causa julgada». Para a defesa, a Polícia francesa começou a investigar o caso e decidiu arquivá-lo e, como tal, não se pode proceder à reabertura da instrução do processo no Estado espanhol.
A campanha de apoio que o Mugitu! lançou visa recolher fundos para fazer frente às despesas com as multas e a defesa, e irá envolver diversas iniciativas: uma concentração numa reunião análoga à de Toulouse que se realizará em Iruñea no dia de 7 de Novembro; uma jornada descentralizada de acções e concentrações solidárias no dia 12; uma manifestação nacional de apoio na capital navarra; e uma concentração junto à Audiência Nacional no dia do julgamento.
Projecto devastador, ruinoso e elitista
Na conferência de imprensa, em que surgiram acompanhados por elementos do movimento popular e agentes sociais, sindicais e políticos, os activistas insistiram na ideia de que o TGV é um «projecto ecologicamente devastador e economicamente ruinoso», «elistista», que contribui para a «centralização do território nas grandes urbes, em detrimento das pequenas terras e cidades de média dimensão»; recordaram que grandes obras como o TGV «representam uma enorme sangria para os recursos públicos e são uma das razões para os grandes cortes sociais» da actualidade.
Para o Mugitu!, nos últimos 25 anos «a classe dirigente escondeu os custos sociais, económicos e ecológicos do projecto, tendo perfeita noção deles», «insultou, quando não criminalizou, a oposição ao TGV onde esta surgia» e «em muitos casos enriqueceu de forma fraudulenta, como o evidenciam os papéis de Bárcenas». «Yolanda Barcina representa na perfeição esta atitude de prepotência e mentira permanente», afirmaram. / Ver: Gara e boltxe.info
domingo, 22 de setembro de 2013
TGV: campanha de apoio aos «tartalaris» antes do julgamento de Novembro
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