domingo, 31 de agosto de 2014

Ospa Eguna: grande jornada em Altsasu contra a repressão e a militarização

Realizou-se ontem, dia 30, uma nova edição do Ospa Eguna [Dia do Baza], em Altsasu, para exigir o fim da repressão e da militarização no Vale de Sakana (que tem a maior densidade policial da União Europeia) e de Euskal Herria no seu todo. Muitas centenas de pessoas participaram nas várias actividades programadas ao longo do dia na localidade navarra, que, ao invés do que se passou o ano passado, não foi «invadida» pelos da Benemérita (ficaram-se a controlar os acessos). No comunicado lido na Herriko Plaza, o Ospa Mugimendua sublinhou que «as assembleias anti-repressivas já foram criadas há alguns anos, e que o tempo se encarregou de lhes dar razão: a melhor forma de fazer frente à injustiça e aos abusos é a organização».
É com orgulho, afirmaram, que trabalham em prol de «uma terra não submetida a controlos policiais, sem ameaças, sem revistas, sem censura, sem cacetetes, sem balas de borracha assassinas, sem montagens policiais, sem multas políticas».
«A nossa actividade não se limita à realização do Ospa Eguna. Se as forças repressivas não têm descanso, nós também não. Eles vão manter-se firmes na tentativa de levar este povo a engolir o actual status quo: a imposição e a ocupação pela força e o controlo político e social». Este ano, mais uma vez, deixaram claro qual vai ser o seu contributo «para uma resolução democrática e para um futuro de paz baseado na justiça», acrescentaram.
EXEMPLOS
- 12 agentes da Guarda Civil atacam, ameaçam e tratam de forma humilhante um jovem de Altsasu, tirando-lhe as calças e a roupa interior. Tudo isto, enquanto na localidade um grupo de fascistas atacava um acto a favor dos perseguidos políticos bascos, com total cumplicidade policial;
- uma jovem de Altsasu enfrenta um processo judicial por ter participado num muro popular que, de forma desobediente e pacífica, fez frente à detenção de jovens bascos independentistas, acusados pela sua militância política. O processo baseia-se numa montagem da Ertzaintza, e envolve pedido de prisão; 
- ocupação militar sem precedentes, ameaças, revistas, proibições e detenção de um jovem de Iturmendi no Ospa Eguna de 2013;
- perseguição a dois habitantes de Etxarri, que foram intimados a depor por causa da realização da consulta sobre o direito a decidir que se realizou em Abril deste ano;
- vários habitantes de Sakana multados por exercerem o direito à manifestação;
- ataques a diferentes suportes de propaganda com mensagens a favor dos refugiados políticos bascos;
- imposição da bandeira espanhola e perseguição aos símbolos do nosso país.

Controlos nas estradas de Sakana
Os representantes do movimento Ospa também não se esqueceram dos inúmeros controlos a que a população da Comarca de Sakana é submetida, na qual, à entrada ou à saída das terras, é quase impossível não se ser parado por polícias de «diferentes cores».
«A sua rede repressiva é lançada contra o povo, e, como tal, a resposta deve ser do povo. Assim, aquilo que a assembleia do Ospa pede é muito claro: tendo em conta a exibição de imposição, ocupação e força militar que fizeram em 2013 (e que prolongaram desde então...), incentivamos o povo de Altsasu, de Sakana, de Euskal Herria a fazer frente à repressão, a ocupar as ruas e a responder com a força da nossa cultura, dos nossos festejos, dos nossos colectivos populares, das nossas marcas de identidade», defendeu o Ospa Mugimendua.

Ospa Eguna 2014: «Alde hemendik! Utzi bakean!» Vão-se embora! Deixem-nos em paz! / Ver: ahotsa.info