A associação Elkartzen, que trabalha na área dos direitos sociais, considera fundamental intensificar a pressão social sobre as casas vazias, por forma a garantir o direito à habitação, hoje transformado num negócio. De acordo com os dados publicados pelo observatório Gaindegia, existem 250 mil casas vazias ou subutilizadas em Euskal Herria, quando, sublinha a associação, a habitação é um dos principais factores de empobrecimento para a população basca.
Numa nota, a Elkartzen sublinha que este problema não é individual mas, sim, colectivo e global, «consequência do capitalismo». As diversas administrações públicas, que deviam reconhecer o direito dos cidadãos a uma habitação digna, não o fazem, pois - acusa a associação - ao servirem os interesses das construtoras, das imobiliárias e da banca, transformaram esse direito num negócio. «A habitação é entendida como investimento e não como direito», afirma.
A Elkartzen propõe a criação de um parque de habitação social, no qual o preço do aluguer não deve superar 15% dos rendimentos do inquilino: «O parque deve ser gerido pela administração pública, com a participação da sociedade e a garantia de controlo público». Em primeiro lugar, este parque habitacional deve abranger todas as casas vazias de instituições públicas, bancos, Igreja e Exército, e também as casas vazias de privados que não estão a cumprir a sua função social, defende a associação.
«É fundamental aumentar a pressão social sobre as habitações vazias», afirma a Elkartzen, que, por isso mesmo, vai dar início a uma campanha de «marcação de casas vazias». Com isto, quer «agitar consciências e mudar valores», e incentiva as pessoas a organizarem-se e a lutarem pela defesa dos seus direitos. / Ver: argia e elkartzen