sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Askapena: o internacionalismo que o Estado espanhol quer ilegalizar (II)

Em Setembro de 2010, oito militantes da Askapena foram detidos. Passados quatro anos, o Estado espanhol revelou a sua verdadeira intenção: ilegalizar a Askapena e, assim, o movimento internacionalista de Euskal Herria. Mas que querem eles ilegalizar? E porquê? Que projecto revolucionário temem para irem até à ilegalização?

A Askapena iniciou o seu percurso em 1987 e, nas celebrações do quarto de século, em 2012, publicou cinco vídeos, cada qual abrangendo um período de cinco anos, em que explica, de forma resumida, a sua história, o contexto em que se afirmou e tentou construir uma Euskal Herria internacionalista, de «ida e volta». Já aqui mostrámos dois, relativos aos primeiros dez anos de existência da organização internacionalista basca. Em baixo, os últimos três, que abrangem 15 anos de existência (de 1997 a 2012).

1997-2002
Na Palestina, tem início a segunda Intifada, brutalmente reprimida pelos sionistas; no Curdistão, mantém-se a luta contra a repressão de há longas décadas; na Europa do capital, as nações sem Estado e os povos oprimidos prosseguem as lutas de libertação; o Acordo de Sexta-Feira Santa, em 1998, reflecte-se em Lizarra-Garazi. O 11 de Setembro marca o início de uma nova ordem mundial: novas guerras e invasões imperialistas, novas legislações antiterroristas e legalização da tortura.

2002-2007
As bombas caem no Afeganistão e no Iraque, mas o processo bolivariano consegue fortalecer-se e encontrar novos companheiros de viagem; surge a ALBA. O imperialismo estende as suas garras, mas é combatido em muitos pontos do mundo. Na Colômbia, a Coca-Cola persegue e assassina. Começa a tecer-se a rede Euskal Herriaren Lagunak para apoiar a libertação do povo basco no caminho da independência e do socialismo.

2007-2012

Com a crise, o capitalismo inicia nova campanha para defender os seus interesses, recuperando ou protegendo zonas estratégicas; massacres em Gaza e intervenções imperialistas na Líbia e na Síria; grandes mobilizações respondem ao forte impacto da ofensiva capitalista no País Basco e na Europa; apesar da mudança estratégica em Euskal Herria, o imperialismo espanhol ataca independentistas e socialistas bascos; em Setembro de 2010, detém oito membros da Askapena, tentando enfraquecer a solidariedade internacionalista; contudo, esta reforça-se.