A bZERO Marketing Integral, empresa que faz o serviço de atendimento da Eroski, castigou uma funcionária com «45 dias sem trabalho e sem salário». O sindicato ELA sublinha o elevado nível de exploração e precariedade existente na empresa: as condições de trabalho são más, os salários são baixos, as jornadas são a tempo parcial.
Maria Solaetxe, que, além de funcionária da bZERO, é delegada sindical do ELA, foi punida com 45 dias sem trabalho e sem salário por publicar dois tweets em que denunciava o comportamento da empresa no último Natal e em que afirmava que os trabalhadores não precisam de «esmolas», mas de «condições de trabalho dignas».
No último Natal, a bZERO Marketing Integral, subcontratada pela Eroski, sorteou «dois lotes de 15 euros entre as suas 80 funcionárias». Solaetxe sentiu-se insultada e escreveu no Twitter: «A bZERO Marketing, cujo principal cliente é a Eroski, ofereceu-nos dois lotes para sortear entre 80 trabalhadoras! Metem nojo!». Afirmou em seguida: «Não queremos as vossas esmolas, mas condições de trabalho dignas!!!» [Tradução nossa.]
O sindicato ELA sublinha que neste sector trabalham sobretudo mulheres e que, nesta empresa, as condições de trabalho são muito más e extremamente precárias, os salários são baixos, os utensílios no local de trabalho funcionam mal, as jornadas são a tempo parcial.
Um mês e meio depois de publicar os tweets, a 9 de Fevereiro último a empresa instaurou um «processo contraditório» à trabalhadora por «falta de respeito grave». Antes, a administração da Eroski já apresentara um queixa formal aos responsáveis da operadora de telemarketing, por danos à «sua imagem e bom nome comercial». No dia 17, a empresa comunicou então o «castigo», que é o que é «tendo em conta que é a primeira vez». / Ver: argia