[De Agostinho Lopes] Eles não são culpados! Não viam, não enxergavam, não visionavam, não apreendiam os problemas dos serviços que tutelaram e dirigiram directamente. Não fizeram nada enquanto eram governantes porque não viam. Não. Só agora, como ex, «a boa distância» (Bagão Félix), é que detectam as coisas… e identificam «muito melhor os erros que cometi» (BF). Quais erros? Mistério…
Os três de acordo de que o filme «é simbólico» (Idália Serrão), «está cheio de símbolos» (Mota Soares). Símbolo(s) de quê? Mistério…
Passo a explicar. Símbolo da política de direita para os serviços públicos! Símbolo do esvaziamento da segurança social enquanto serviço público e universal, que levaram a cabo a mando dos seus governos.
Símbolo das reorganizações e reestruturações que fizeram, tantas vezes para encher lugares de boys e girls da clientela política, que em geral desorganizaram e desestruturaram os serviços.
Símbolo da desconcentração de serviços para as IPSS e juntas de freguesia!
Símbolo da externalização de serviços que querem fazer para call center.
Símbolo da redução brutal de trabalhadores nos serviços operacionais e regionais!
Símbolo das filas a partir do nascer do sol às portas da segurança social!
Símbolo das «quotas», não assumidas mas praticadas, nas «baixas por doença», que os trabalhadores não gostam nada de trabalhar… Aliás, questão central na história de Daniel Blake. (Abril)