quarta-feira, 11 de julho de 2018

«2018, Ano Marx (VI) / A natureza e os limites do capitalismo»

[De Maurício Castro] Como noutros aspetos, também no que di respeito à natureza O Capital representa a máxima expressom da teoria marxiana. Aí ele descobre e explica qual é o princípio ético que preside o atual modo de produçom: a procura do máximo lucro, através da compra-venda de mercadorias. Trocado em miúdos, trata-se da ditadura da taxa de lucro impondo-se, para além da moralidade voluntarista de governantes e governados.

Se aprofundarmos em qualquer relaçom social existente no atual sistema, deparamo-nos com o império da mercadoria como princípio: desde a família patrilinear como ámbito económico imediato, até as liberdades formais e individuais como pressuposto do mercado; desde o «tanto tés, tanto vales», até o carácter sagrado da propriedade privada na articulaçom da sociedade mercantil. Todo isso, e mais, está ao serviço da reproduçom ampliada do capital como fundamento do sistema. (Diário Liberdade)