Jabier Salutregi, último director do diário basco Egin, saiu da da prisão (de Burgos) a 29 de Outubro de 2015, depois de ter passado sete anos e meio na cadeia e ter cumprido pena em três fases diferentes. Foi libertado em Outubro de 2015, apesar de em Maio de 2009, mais de seis anos antes!, o Supremo espanhol ter deixado sem efeito a declaração de ilicitude das actividades e a dissolução da Orain SA e das demais empresas dedicadas à edição do Egin e da Egin Irratia.
O ataque ao projecto jornalístico – que foi um ataque aos seus trabalhadores, à liberdade de expressão e ao País Basco – foi concretizado a 15 de Julho de 1998, no âmbito de uma operação policial decretada pelo fascista Baltasar Garzón, hoje envernizado por aqui e por aí, e contou com o apoio dos lacaios do PNV. Outros, no País Basco, «abertzales de esquerda» de gema e gente da paz autonómica, se encarregaram de enterrar o projecto definitivamente.
Em Dezembro de 2007, Jabier Salutregi foi condenado a 12 anos de prisão, no âmbito do processo 18/98. As penas mais altas foram para alguns dos que haviam sido incriminados na parte relativa às empresas do grupo Orain, que era a editora do diário.
1998, 2009, 2015
Em Junho de 2008, à beira de se cumprir o décimo aniversário do encerramento do Egin, Salutregi foi libertado sob fiança. No entanto, quando o Supremo Tribunal espanhol reduziu as penas e deixou sem efeito a declaração de ilicitude das actividades e a dissolução da Orain SA e das demais empresas que editavam o diário, em Maio de 2009, Salutregi e os seus colegas já estavam outra vez na cadeia, tendo sido presos antes mesmo de ser conhecida a sentença definitiva do Alto Tribunal.
Depois de o Supremo declarar que «não havia motivos» para mandar fechar o diário basco, Salutregi ainda teve de passar seis anos na cadeia.
Desde 1998, a inquisição espanhola ferrou o dente em vários meios de comunicação social bascos, mandando encerrá-los e prender alguns dos seus dirigentes e trabalhadores – que, nalguns casos, foram torturados. Egin, Egin Irratia, Ardi Beltza, Egunkaria, Kale Gorria, Apurtu, Gaztesarea, Ateak Ireki são exemplo dessas tentativas de silenciamento, de ataques contra o euskara e os trabalhadores. / Sobre o Egin, mais info: @IgorMeltxor e @jonathanmartinz