«Voces: Detención y tortura en el País Vasco». O documentário inclui testemunhos de bascos que afirmaram ter sido torturados por diversas forças de segurança do Estado espanhol enquanto permaneceram incomunicáveis, em virtude da «legislação antiterrorista», entre 1982 e 2010. Este vídeo foi exibido ontem, 18, pela primeira vez, no âmbito de umas jornadas que decorreram em Madrid e nas quais foi apresentado o primeiro estudo sobre «La tortura en Euskal Herria, en base al Protocolo de Estambul».
No estudo, realizado ao longo de quatro anos, procede-se à análise, com base no Protocolo de Istambul, do testemunho de 45 pessoas torturadas em Euskal Herria (entre elas estão as e os protagonistas deste documentário). Nele se conclui que todos são coerentes e que mais de metade manifesta o grau máximo de credibilidade.
Esta é uma das principais conclusões do estudo ontem apresentado na sede da Fundación de la Abogacía Española, no qual participaram mais de 30 profissionais da saúde e oito organizações civis.
«Com este estudo procurámos, com o rigor académico, ir para lá dos posicionamentos políticos, de forma a indagar a verdade existente nas denúncias de tortura no País Basco», explica Pau Pérez, psiquiatra e consultor da Organização Mundial da Saúde para as questões da violência e catástrofes e um dos participantes no estudo.
Na realização do trabalho, foram formadas quatro equipas de profissionais, compostas por dois elementos – um deles proveniente do País Basco –, que cotejaram os testemunhos e restante documentação de forma faseada.
«Não se encontrou nenhum caso em que o relato não mostrasse consistência», refere Pau Pérez, que sublinha o facto de que, até hoje, «nunca se havia feito um trabalho com tantas garantias e rigor». Ver: ahotsa.info e boltxe.info