Terminou, hoje, no tribunal de excepção espanhol o julgamento de 10 jovens de Iruñerria [Comarca de Pamplona] acusados de pertencer à Segi. O magistrado da acusação, que requeria dez anos de cadeia para cada um, pede agora seis. Contra evidências múltiplas, negou que os jovens tenham sido torturados.
Em nome de todos os réus, Ibai Azkona dirigiu as últimas palavras ao tribunal em euskara. «É tempo de esvaziar as prisões», disse, e pediu a sua absolvição e a dos outros nove jovens julgados neste processo. Sublinhou que as únicas provas existentes contra eles são as declarações arrancadas sob tortura. Os 10 jovens aguardam agora pela sentença.
Os arguidos são Mikel Marin, Iker Aristu, Diego Octavio, Iker Araguas, Ibai Azkona, Oihan Ataun, Mikel Beunza, Iñaki Marin, Gorka Sueskun e Mikel Flamarique, todos de Iruñea e arredores. O magistrado do Ministério Público acusa-os de pertencer à organização revolucionária Segi [que o Estado espanhol, tão a jeito, declarou terrorista] e pede seis anos de prisão para cada um - no início do julgamento, pedia 10. A advogada de defesa Amaia Izko pediu a «anulação» [baliogabetzeko] dos pedidos de pena e afirmou que os jovens foram julgados por exercerem a sua militância política.
O magistrado da acusação não atribuiu qualquer credibilidade às denúncias de tortura feitas pelos jovens na presença do juiz, considerando que os casos de tortura foram investigados. No entanto, o Tribunal de Estrasburgo condenou o Estado espanhol em diversas ocasiões por não investigar as denúncias de tortura, e um dos casos diz precisamente respeito a um réu neste processo, Oihan Ataun.
Os jovens navarros foram detidos em 2008 e afirmaram ter sido torturados. Com excepção de um, foram todos parar à prisão, de onde sairiam alguns meses mais tarde, depois de pagarem fianças avultadas. O julgamento relacionado com o seu processo demorou quase sete anos a começar. Dos dez arguidos, três encontram-se na cadeia, condenados no âmbito de outros processos. / Ver: Berria
POLÍCIA ESPANHOLA PRENDE JOVEM EM ANTSOAIN
O jovem Hector Barandika foi detido, ontem à noite, pela Polícia espanhola em Antsoain (Nafarroa), quando participava numa acção contra os julgamentos políticos e em defesa dos direitos civis. Deve ser presente a um juiz ainda hoje. Foi convocada uma assembleia para a Praça Lapurbide às 19h00.
No domingo, 10, realizou-se no bairro pamplonês de Donibane um cordão humano em protesto contra a condenação de sete jovens independentistas a seis anos de cadeia e contra o julgamento de dez jovens de Iruñerria na AN espanhola. / Ver: ahotsa.info e ahotsa.info
terça-feira, 12 de maio de 2015
Terminou o julgamento dos 10 jovens de Iruñerria: «É tempo de esvaziar as prisões»
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