terça-feira, 6 de setembro de 2016

Entrevista a Pedro Francés, a propósito de «Buñuel, 1936-2016»

Buñuel é um exemplo da forma como as feridas mal fechadas do golpe fascista de 36 continuam a deitar pus. No passado dia 26 de Agosto, um grupo de habitantes da localidade realizava um acto evocativo dos assassinatos cometidos há 80 anos. A neta de um dos «cuneteros» de Buñuel investiu contra os que ali se juntaram, ferindo ligeiramente Lucio Urtubia, e um militante da UPN ameaçou-os.

Buñuel, Verão de 2016. A terra da Erribera navarra recebe a equipa do Ahotsa com um calor asfixiante e uns olhares não menos asfixiantes, que passam do receio ao ódio quando vêem os repórteres a gravar imagens das violações da Lei da Memória Histórica espalhadas pela terra.

Pedro Francés, escritor e memorialista, segue com a equipa. Há seis anos que organiza um acto evocativo das pessoas fuziladas a 26 de Agosto de 1936. Este ano, a notícia foi o facto de ter havido um ferido, na sequência de incidentes provocados por um familiar dos golpistas.

Junto ao cemitério de Buñuel, onde há um monumento de homenagem aos assassinados naquele dia, Pedro Francés explica o que se passou, fala do pouco envolvimento dos sucessivos governos municipais de UPN e PSN na memória histórica e revela um dado «curioso»: quem manda agora na terra são os filhos dos que fizeram o golpe há 80 anos.

P. Francés: «Intentan que la gente se calle, tenga miedo y haga dejación a su derecho a recordar»Ver: ahotsa.info