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É verdade que tais empresas são, em numerosos casos, criadas e geridas por militares na reserva; sabemos ainda que a NATO, o facho que ilumina os exércitos «libertadores» que cavalgam esse mundo fazendo guerras, recorre amiúde a subempreitadas privadas para colaborar nas agressões, às quais é confiado, aliás, muito do trabalho mais sujo de sangue.
Porém, verificar que as Forças Armadas Portuguesas, cujos comandos e os ministros tutelares tanto se orgulham das gestas além-mar e além-terras para instaurar a «democracia moderna» – por exemplo em situações exemplares como o Kosovo, a Bósnia-Herzegovina, a República Centro Africana e o Mali –, entregam a segurança dos seus condomínios a exércitos privados parece um sinal de pobreza envergonhada e pouco digna do garbo das fardas e do brilho dos sabres, das armas em geral. (Abril)